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Amor pela vida, assim se resume a história de Manoel Rodrigues Ferreira, conhecido como professor Markito. O interesse pela capoeira começou em 1998, em Oeiras, através de um amigo que dava aula de kung fu, mas a paixão pela capoeira logo surgiu, por ser um esporte mais solto.

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Em 2003, Marquito foi abatido por um vírus, a medicina não lhe deu um diagnóstico real. A bactéria o deixou paraplégico, por causa de uma lesão na medula. “O primeiro momento a dor foi tão forte na minha região lombar que eu acordei por volta de 3h da manhã. Eu não conseguia sentar nem deitar, eu tive que terminar a noite em pé, essa dor desapareceu no dia seguinte. Mas eu senti minha perna esquerda perdendo a força, no segundo dia a perna direita e ai eu fiquei sem andar, e os médicos não me deram o diagnóstico.”

 

 

Manoel foi transferido para o hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, onde passou 100 dias internado. Retornou a Oeiras, e ficou oito messes deitado, dependendo de familiares para necessidades básicas.

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“No hospital fui preparado psicologicamente para que pudesse conviver como todo cidadão. Aos 22 anos eu tinha um grupo de amizade, alguns deram continuidade depois da cadeira e outros não. Mas eu sentia a necessidade de alguém vir me ver para preencher a minha mente, para sair do início depressão. Eu me sentia feliz quando alguém vinha me visitar, mesmo sabendo que alguns vinham com olhar com pena, ou de fé, ou olhavam pra mim e balançavam a cabeça ‘esse ai não passa de amanhã’,” relata.

 

 

Em seguida, Manoel passou por mais aprovações, “eu tive todo motivo de entrar em depressão, mas a cadeira de roda é só um meio de locomoção. No início da minha lesão eu fiquei me perguntando seu eu desistia ou se tentava a segunda chance. Perdi um irmão com 3 messes da minha lesão, ele que me ajudava, e do nada foi embora, por causa de uma espinha nas costas que inflamou, e ficamos sem explicação. Com mais 3 messes, meus alunos antigos foram defender outra marca. Mas Deus abriu as portas para uma nova oportunidade”.

 

 

A capoeira neste período passou a ser um centro de reabilitação, “ela é fisioterapia e ao mesmo tempo cada aluno é um psicólogo, é uma troca de motivação que me fortalece cada dia”, explica o professor.

 

 

 

Após 15 anos à frente do grupo Raízes do Brasil, que é mundial e tem uma filial na cidade. Marquito seguiu seus próprios passos e fundou grupo de Capoeira Liberdade. “Com 18 anos casado a capoeira ela é tudo pra mim, ela me educou, me deu direito de socializar, me expressar e os recurso financeiro para me manter. E me sinto grato, pois sem ela eu não teria prazer de conhecer esse tanto alunos, amigos até fora do País. Já formei 10 professores depois da cadeira”

 

 

Atualmente Marquito mora sozinho, e passa maior tempo viajando para dar aula a 800 alunos. “Não tenho problema em me locomover. A partir de março eu passo 3 dias em Oeiras. Quando termina minha aula da Colônia do Piauí na terça-feira, em seguida, eu vou dormir em São Miguel do Fidalgo, onde dou aula na quarta-feira, depois vou pra São José do Peixe na quinta-feira. E agora vou pegar São Francisco na sexta-feira. Viajo com um aluno, ele é meu acompanhante, mas dou aula e dirijo sozinho. Pra mim a vida tem que ter desafio.”

 

 

Manoel aprendeu a ver o mundo, de uma forma mais humana e observando os detalhes do cotidiano, após a cadeira. De sua batalha diária ele tirou as seguintes lições, “Se você acha que a vida não tem sentido por que você está passando por problema em sua vida, levanta e enfrente a dificuldade. A vida tem que ser vivida cada segundo, aqueles oito messes me fazem falta. Deixe de reclamar e curta o conteúdo das pessoas. Seja mais humano ajude o próximo sem nada em troca. As minha munições para continuar é minha fé e força de vontade. Deixo o meu pedido TE AME, se você não se amar, não é capaz de amar o próximo”.

 

Por Sandy Swamy

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