O mau desempenho de jogadores ofensivamente decisivos como Rodriguinho e Clayson e a lesão muscular de Fagner num dos seus primeiros lances foram simbólicas na derrota por 1 a 0 do Corinthians para o Atlético-MG, no Independência.
Cansados por maratona degastante de aeroportos, treinos e viagens, os jogadores do Timão celebravam como vitória a conquista do ponto no Independência no quarto jogo consecutivo fora de casa até os 41 minutos do segundo tempo, quando Róger Guedes fez o gol do jogo.
Após vencer Independiente e Paraná Clube em Buenos Aires e Curitiba, respectivamente, o time do técnico Fábio Carille segurou um empate sem gols contra o Vitória em Salvador e saiu derrotado num jogo em que foi 100% pressionado pelo Atlético-MG, que acabou com 57% de posse de bola, 16 finalizações contra quatro, 18 bolas levantadas contra seis e muita superioridade
Maduro, o Timão suportou a pressão o máximo possível. Na verdade, já poderia ter saído perdendo na primeira etapa, quando não finalizou nenhuma vez e levou gol em jogada de escanteio, marcado por Róger Guedes, mas anulado por toque de mão de Ricardo Oliveira.
Apesar deste lance, a equipe do Corinthians se fechou com eficiência em duas linhas de quatro nos primeiros 45 minutos. O problema da equipe era outro: os erros na transição ofensiva.
Clayson, em tarde ruim, deu lugar a Sheik no intervalo. Com o veterano, Mateus Vital caiu para a esquerda no mesmo esquema 4-2-4 e o time cresceu coletivamente.
Saindo mais para o jogo na etapa final, o time chegou com perigo em finalizações de Rodriguinho e Sheik. Mesmo com a aparente melhora, o Galo seguiu superior, levando perigo com Otero, Gustavo Blanco e Róger Guedes. Num cruzamento de Patric, Guedes marcou mais uma vez.
Sempre um concorrente do Corinthians na briga pelo título brasileiro, o Atlético-MG conseguiu o que todos os outros times desejavam:impedir que o Timão seguisse abrindo vantagem na ponta – o atual campeão agora é vice-líder, com seis pontos, atrás do Flamengo, que tem sete, após três rodadas disputadas.
Mais do que uma preocupação matemática, porém, a derrota deve levantar em Carille algumas outras dúvidas: será possível seguir com um time tão competitivo por tantas partidas consecutivas até a Copa? Para evitar mais lesões e encher o tanque novamente de alguns jogadores, não seria melhor aumentar o rodízio em algumas posições?
Nos próximos 12 dias, ao menos, serão quatro jogos em São Paulo, sem desgaste de viagens, mas três deles com caráter decisivo: contra o Independiente, pela Libertadores; contra o Ceará, pelo Brasileirão; contra o Vitória, pela Copa do Brasil; e contra o Palmeiras, pelo Brasileirão.
Nomes como Mateus Vital, Sheik, Paulo Roberto, Pedrinho, Marquinhos Gabriel, Júnior Dutra, Roger e Matheus Matias podem (precisam? merecem?) ganhar mais espaço nesta sequência de jogos.
Fonte:Globoesporte