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Casos de chikungunya aumentam e sequelas podem durar até três anos

Os casos de chikungunya têm aumentado no Piauí e a preocupação também com a dengue e a zika, ambos transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A infectologista Elna da Silva diz que a água parada é o grande problema para o avanço da doença que pode levar o paciente a ter sequelas por até três anos.

O Piauí passou três anos consecutivos sem mortes por chikungunya, mas em 2022 foram registradas três mortes nas cidades de Teresina, Jaicós e Picos, de acordo com o informe epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi).  Em 2023, a curva de notificações da doença já se mostra em ascendência e os municípios com mais casos prováveis notificados são, respectivamente, Angical do Piauí (97), Teresina (29), Regeneração (14), ESperantina (03) e Parnaíba (01).

“Se prolifera na água parada. Se tem chuva, aumentam os focos de água parada consequentemente vai aumentar o número de ovos. Às vezes, os mosquitos põem os ovos até nas paredes de recipientes sem água. Esses ovos são bem resistentes e podem resistir de um ano para o outro. Aí quando vem a chuva, vem a eclosão, formam as larvas e depois os mosquitos. Água parada é o nosso grande problema com relação a multiplicação do Aedes aegypti”, diz a médica.

Ela esclarece que o paciente é infectado com o vírus da chikungunya somente uma vez, mas isso não o livra dwe contrair dengue e zika.

“Chikungunya só há um tipo de vírus. Então uma vez que você pega tem uma imunidade bastante duradoura, mas isso não o protege contra dengue ou zika, pois são vírus diferentes. Na chikungunya tem pessoa que passa de dois a três anos para se recuperar. Não temos um antiviral ou vacina específicas. A prevenção para proliferação do mosquito e uso de repelentes”, alerta a especialista que ressalta que a atenção deve ser redobrada para evitar criatórios para o mosquito em ralos, calhas de ar-condicionado, umidificadores, caixas d’água, vasos sanitários parados, tampas e até em folhas de árvores.

Diferença entre chikungunya, dengue e zika

Em entrevista ao Jornal do Piauí, Elna da Silva explica que, inicialmente, os sintomas das três doenças são semelhantes.

“Nas três doenças,  a febre geralmente é alta com calafrios, dores no corpo, dor de cabeça, dor nas articulações e dores musculares, como se a pessoa tivesse toda quebrada. Na progressão das doenças é que é perceptível algumas diferenças”, pontua.

“Na Zika, os sintomas são bem mais leves, mas rapidamente a pessoa empola toda. Na dengue, a empolação é só pelo quinto dia quando a febre começa a desaparecer, mas as dores articulares são por igual e depois de passados os 14 dias, o paciente se recupera completamente; na chikungunya, as dores articulares são localizadas podem ser no quadril, joelho, cotovelo e depende muito do dano articular que a pessoa já tem. A pessoa pode também ficar com o joelho vermelho, inchado e muito dolorido. Sai da fase aguda de febre, dor de cabeça e no corpo, mas a inflamação continua em algumas articulações. No idoso por exemplo, esse dano articular é muito maior e pode ficar crônico”, explica Elna da Silva.

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