A categoria dos bancários deve iniciar uma greve nacional por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, dia 30. A decisão foi tomada na noite desta quinta, 25, em assembleias realizadas em todo o País.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou um reajuste de apenas 7% sobre o salário (0,61% de aumento real), sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e sobre os auxílios refeição, alimentação e creche; além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação). Os bancários, contudo, pediam um aumento de 12,5%.
O Sindicato dos Bancários do Piauí decidiu, por unanimidade, aderir à greve. Com a presença de 185 bancários de diferentes bancos, a assembleia foi presidida pelo presidente do sindicato, Arimatéa Passos, e pelos diretores Lusemir Carvalho, João Sales e Francisca de Assis Araújo.
“Este dia é tão importante como é o natal ou nosso aniversário, pois é o início de nossa luta para um futuro melhor”, declarou Arimatéa, após a categoria decidir pela greve.
Em Picos essa greve vem pegando tanto comerciantes como autônomos de surpresa que já se preocupam com as quedas que serão refletidas nas vendas.
O gerente comercial Francisco das Chagas Cavalcante de Sousa Andrade destaca o que essa greve trás de negativo para o comércio picoense. “ A greve dos bancos é um ponto negativo para o comércio em geral , pois é algo que já está virando rotina no Brasil e isso só vem a dificultar a vida do empregador .No ano passado tivemos uma queda de quase 50% nas vendas, e isso reflete negativamente para a economia local, os custos físicos que as empresas possuem. Nós comerciantes imaginávamos que por ser um ano eleitoral isso não viesse a acontecer , mas isso já é uma realidade.
Para o trabalhador autônomo Evanildo Estevão de Moura que sobrevive em Picos com a profissão de chaveiro fala sobre o assunto com reocupação. “Sou contra essas greves, pois meu meio de vida depende na maior parte dos aposentados que logo ficarão sem receber e sua renda cairá, ficando tudo mais difícil para mim que dependo muito deles, afirma .
O estudante Wanderson Pedro também se sente preocupado.”Pra mim que sou estudante é difícil, porque já tenho que viver com pouco dinheiro, então um parente deposita um dinheiro que estou precisando e não terei como ter posse dele. Final de período está chegando, precisa pagar um carnê de formatura e não tenho como ter acesso a esse dinheiro porque os bancos estão em greve. Já é difícil encontrar dinheiro nos caixas eletrônicos e agora então, será pior ainda”, lamenta.
Na segunda-feira, dia 29, novas assembleias serão realizadas por sindicatos de todo o País, para avaliar uma eventual nova proposta dos bancos, ou para organizar o movimento grevista, caso a nova oferta não seja feita. “Temos obrigação de respeitar todos os prazos da lei, para que os bancários possam exercer seu direito greve sem serem ameaçados com demissões, por exemplo”, explica Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Além do reajuste de 12,5%, a categoria também reivindica um piso de R$ 2.979,25 e aumento maior para os vales refeição, alimentação e auxílio-creche/babá.
Por Elayne Silva e Crislene Carvalho
Fotos: Elayne Silva e Crislene Carvalho