Assisti, ontem (27.11.2023), via WhatsApp, uma entrevista do Presidente Estadual do Solidariedade, Deputado Evaldo Gomes — profusamente divulgada —, dizendo que em dezembro vindouro, lançará, pelo seu partido, a pré-candidatura do médico Haílton Alves Filho — desertor do MDB local —, a prefeito de Oeiras.
Acrescentou que, “pela metodologia criada pelo governador Rafael Fonteles, quem estiver melhor no município será o candidato. O Dr. Haílton, hoje, é o melhor que aparece nas pesquisas, melhor do que o candidato da situação”, além de fazer prognósticos sobre as chapas proporcionais.
Na eleição de 2020, o candidato oposicionista Haílton, dentre outras irracionais recaídas, quis desistir da sua candidatura faltando 10 dias para a festa democrática. Perdeu a refrega eleitoral apenas por 43 votos.
Desde então, vem ensaiando, com muita tergiversação, colocar seu nome, novamente, à apreciação popular. Não lhe faltaram incentivadores, apoios irrestritos, inclusive e principalmente, no seu até então ninho partidário.
No âmbito desta novela, Haílton promoveu uma reunião, em sua residência, no dia 06.10.2023, com diversos segmentos oposicionistas, na qual, depois de franca discussão, todas as forças — já estavam engajadas no seu projeto de poder — ratificaram os seus firmes propósitos de lutar em torno de seu nome.
Acontece que, botador de boneco, numa atitude insana, no dia 11.10.2023 — ao apresentar argumentos que não me permito declinar — comunicou ao governador Rafael Fonteles que não mais pleitearia o cargo executivo em espécie.
Mais: participou tal insólita mensagem a outros próceres políticos, o que causou profundo desapontamento, de certo. Não era para menos.
O restante todo mundo sabe: Haílton, julgando-se o rei da cocada preta, no dia 17.10.2023, por escrito, desistiu de sua — até o momento —, consolidada pré-campanha; também por escrito, depois, anunciou sua desfiliação do MDB. Culminou, no dia 25.10.2023, em desistir de desistir, na presença do Presidente da Assembleia Legislativa, Franzé Silva, o que não me causou estranheza.
Como natural, o MDB/PT selaram pacto político, há poucos dias, visando alumiar o jovem Ícaro Carvalho — contando o beneplácito do governador Rafael Fonteles — como pré-candidato a prefeito de Oeiras.
Então, caro Deputado Evaldo Gomes, não há impasse a resolver. Este critério de se definir o candidato da base governista, levando-se em conta o resultado da primeira pesquisa eleitoral, aqui, forçoso dizer, não se aplica à nossa aldeia. Mesmo porque, até há poucos dias, só havia um único candidato das oposições.
Invocar esta premissa não faz sentido. Ou melhor, trata-se de um pseudo requisito a destempo, caviloso recurso retórico de sua parte e de seus novos, raivosos e inconsequentes adeptos.
Enfim, este esfarrapado discurso não cola. Conta outra!
Por Carlos Rubem
