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CRÔNICA: Nos 50 anos do HRDC

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Aos nove anos de idade, em 1968, vi a inauguração do Hospital Deolindo Couto A solenidade contou com a presença do Governador Helvídio Nunes, do Prefeito João Nunes, do Deputado Estadual Juarez Tapety, do Dr. José Expedito Rego, Diretor do nosocômio, dentre outras autoridades.

Em meio aos discursos, o meu querido tio Majella Campos, médico obstetra, foi chamado para dar assistência a Marilac Ricardo, que entrou trabalho de parto. Procedeu-se, então, uma operação cesariana!

A referida Casa de Saúde, de abrangência Regional, passou por diversas reformas e ampliação dos seus serviços públicos ao largo de sua existência. Neste período, foi marcado, também, por má gestões, roubalheiras escancaradas.

Estive, ontem, 1º de maio de 2019, assistindo às festividades alusivas aos 50 anos de funcionamento daquele equipamento público, referência em nosso Estado. Claro que há muita coisa a ser implantada, conquistas estas que devem ser obtidas se houver empenho da nossa representação política e participação coletiva, conjugação de esforços entre os entes federados.

É um rematado absurdo Oeiras não dispor do SAMU Avançado. O município faz beicinho para não implantar este programa em nossa cidade, o qual existe, por exemplo, em Picos, Floriano, Simplicio Mendes… Não há tratativas com as autoridades estaduais neste sentido. Sem um médico credenciado que acompanhe um paciente a ser transportado, em ambulância adequada, para outro centro especializado, corre-se o risco de morte, permanentemente. Até quando?…

Durante a efeméride, foi exposta a Galeria dos Diretores do HRDC. Em seguida, houve pronunciamentos. A fala do vereador Gilmar Fontes foi focada pelo viés político-partidário. O Deputado Federal Assis Carvalho disse do seu empenho em contribuir com a melhoria do atendimento popular. O Diretor Alípio discorreu sobre as atividades desenvolvidas por lá. Servidores e ex-Diretores foram ressaltados. Júnior Barroso, em nome destes, agradeceu a homenagem e lembrou que fora o prefeito Laurentino Pereira Neto (1950 – 1954), médico, quem teve a iniciativa de construir o HRDC.

Nota triste neste evento foi a ausência do prefeito José Raimunda Sá Lopes e da Secretária Municipal de Saúde, Auridene Moreira Tapety. Evidentemente, tudo motivado por interesses paraquianos…

Quando da inauguração do HRDC, o seu patrono, grande esculápio, cientista de escol, membro da Academia Brasileira de Letras, não pode comparecer. Mas enviou e foi lida uma carta na ocasião, um primor literário, adiante transcrita:

“Se em vários outros ensejos, não houvesse a terra natal cumulado de graças o piauiense para sempre impregnado de suas origens, teria hoje, com a eponímia deste hospital, a impressão de que foi excedido tudo quanto imaginou como prêmio aos labores da profissão e como lenitivo aos desencantos da vida.

Levando a gentileza ao extremo de apuro, ordenou o nobre Governador Helvídio Nunes se abrisse a casa ao serviço público no dia consagrado às mães. Admirável coincidência. Muitas compatrícias aí se projetarão no tempo pela maternidade, a suprema função biológica. Deus queira sejam todas felizes, e felizes sejam os que delas provierem, tornando infinito o finito da condição humana.

Viverei todo esse dia em Oeiras, onde nasceu aquela que me deu o ser, lembrando-lhe a figura mansa, de longe a abençoar o filho inconformado com a perda recente e no qual nunca esmorecerá o amor que lhe consagra.

Iluminados os que associaram a abertura desse sítio de caridade e ciência à data sublime! Misericordiosos os que retiraram de sua insignificância alguém que consagra toda a sua vida à medicina, para sagrá-lo, patrono, embora sem merecer, dessa obra humanitária.”

Por Carlos Rubem

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