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Dengue: médico Drauzio Varella esclarece sintomas, cuidados e sinais de alerta da doença

O Brasil já registra mais de 500 mil casos de dengue até fevereiro deste ano. Ministério da Saúde estima que até o fim do ano podemos chegar a 4,2 milhões de casos – o que seria um recorde histórico.

O doutor Drauzio Varella foi ao Hospital de Campanha de Brasília para conversar com pacientes, explicar como a doença age no corpo e quais são os sintomas que exigem atendimento imediato.

Quando a dengue começa, a pessoa ainda não tem como avaliar a gravidade da doença. É muito importante procurar a unidade básica de saúde – a UBS mais próxima.

“Dor na barriga de forte intensidade, vômitos que não cessam. Eu estou me hidratando bastante, mas eu estou fazendo um pouco xixi, sangramento pelas fezes ou pelo vômito”, diz infectologista, Luana Araújo sobre os sintomas da doença.

Trabalho incansável no hospital de campanha no DF

No hospital de campanha, o atendimento é dia e noite. A unidade em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, foi construída em 24 horas pela Força Aérea Brasileira. Desde então, ele tem atendido, em média, 1,4 mil pessoas por dia. Das quais, apenas cerca de 20 são encaminhadas para outros centros hospitalares.

“Eles conseguem resolver aqui 98% dos casos. Você já imaginou se 1,4 mil pessoas tivessem que procurar atendimento nos hospitais da região? Ia ser o caos na saúde, não?”, relata Drauzio.

A dengue pelo país

Segundo o último levantamento do Ministério da Saúde, o Distrito Federal tem a maior incidência de casos prováveis de dengue no BrasilSeguido pelos estados de Minas Gerais, Acre, Paraná e GoiásEste ano, já são 94 mortes em todo o país.

Um gráfico mostra como a situação se agravou já nas primeiras semanas do ano (veja abaixo). A cor amarela representa os casos registrados ao longo de todo ano passado. A vermelha é de 2024.

Casos de dengue em 2024 x 2023 — Foto: Fantástico/ Reprodução

Casos de dengue em 2024 x 2023 — Foto: Fantástico/ Reprodução

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a previsão é de um pico acentuado nos próximos meses.

“É possível que tenhamos aí um pico no mês de março acentuado. Essa é uma projeção. Daí é fundamental esses cuidados. Se há uma coisa fundamental nesse momento que já sabemos, após mais de 40 anos de epidemias de dengue, é que as mortes são evitáveis com abordagem clínica correta”.

 

Hidratação: Chave no Tratamento da Dengue

A médica infectologista Luana Araújo destaca a importância da hidratação no tratamento da dengue.

“A hidratação é o que salva a vida na dengue. A dengue, quando ela chega em um quadro mais grave, os nossos vasos sanguíneos ficam todos esburacadinhos e aí sai líquido de dentro desse vaso sanguíneo e o sangue perde a capacidade de levar nutrientes para onde precisa. Na dengue leve, a hidratação é importante porque a pessoa está com febre, a febre desidratada, ela ajuda a pessoa a se sentir ainda mais fraca. Então, a hidratação já ajuda nisso, ela já é fundamental”, ressalta.

⚠️Mas se você tem náuseas e não consegue tomar líquidos, é importante que procure atendimento médico.

Sorotipos

Erick segue para hidratação no hospital em Ceilândia, que é feita na veia. Os resultados dos exames de sangue do Erick levantaram um alerta.

“Na verdade, o que que acontece é existe uma quantidade mínima de plaquetas que a gente tem que ter no nosso organismo pra gente evitar o sangramento. A quantidade sua está limítrofe, por isso que sangrou teu nariz hoje pela manhã. Então agora, nesse momento, tem a indicação da internação”, explica a médica da FAB tenente Maiara Kroetz Boufleur.

Esta é a segunda vez que Erick tem dengue. A primeira foi em 2023. A dengue tem 4 sorotipos, portanto, você pode ter 4 vezes dengue na vida.

“Isso é uma informação importante, porque se você teve dengue por um desses sorotipos, ela não vai te proteger, você não vai ter imunidade contra os outros”, explica a médica infectologista.

Vacinação: avanços e desafios

Pela primeira vez, o SUS oferece uma vacina contra a dengue. Mas ainda para apenas uma faixa etária da população.

“Para a faixa etária de 10 a 14 anos. Porque depois do grupo de idosos é a faixa em que se apresenta maior hospitalização. Em relação à população idosa, dificilmente se faz a pesquisa clínica com os grupos de idosos e isso é feito posteriormente. A vacina neste momento é a nossa esperança. Mas não vai ter um impacto para os surtos epidêmicos que estão acontecendo neste momento. É uma vacina com intervalo de 3 meses, e que se considera que a pessoa está protegida após cerca de 15 a 30 dias da segunda dose”, afirma a ministra da Saúde.

Cuidados e prevenção

A médica infectologista Luana Araújo ainda destaca a importância de insistir nos cuidados e na prevenção.

“A gente tem substâncias que são repelentes. Tem muita gente que não usa repelente, por exemplo, dizendo: ‘Ah, eu já estou com dengue e não preciso mais usar porque já peguei’. Mas a pessoa que está doente, com ou sem sintoma, ela funciona como um repasto para esse mosquito. Ele vai lá, vai sugar esse sangue que tem o vírus da dengue e vai passar para outra pessoa. Então esse cuidado, ele é igual para todo o mundo”, afirma.

Fonte: G1

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