A sociedade que tradicionalmente impõe o casamento como instituição básica familiar atualmente assiste o crescimento de relações amorosas alternativas. Subir ao altar de véu e grinalda não consiste mais no sonho de todas as mulheres. Um exemplo desta ruptura cultural é o relacionamento do jornalista Deusdeth Nunes, o Garrincha, com a funcionária pública Vera Sepúlveda. Unidos há dez anos, o casal se define como “namoridos” e não traça planos de casamento para o futuro. “Convivemos diariamente, mas cada um tem sua casa, sua vida particular”, conta Vera.
Por outro lado, Garrincha relembra experiências amorosas anteriores à relação com Vera para esclarecer a opção de agora se manter um eterno apaixonado. “Já passei por momentos muitos doloridos. Sou viúvo de duas esposas; não quero mais me casar”, afirma o jornalista. Para Vera, isto não significa um problema. “Nosso relacionamento flui muito bem desta forma, o companheirismo entre nós é a maior base para nos manter juntos”, diz a funcionária
pública.
O que para os mais antiquados pode ser um tanto quanto inusitado, para a Psicologia é normal e saudável.”O que vale é a satisfação dos dois indivíduos envolvidos no relacionamento. Se não há incômodo em manter uma relação mais aberta e menos formal, não tem porque se caracterizar um problema, uma anormalidade”, pontua a psicóloga Layse Policarpo.
Uma década de namoro
“Eu era uma presa fácil, estava carente e fui conquistado pelos olhos verdes dela”, é o que revela Garrincha ao lembrar-se da época em que conheceu Vera. O casal participava de uma festa em comemoração ao Dia de Reis, quando começaram a se relacionar.
“O que mais me chamou atenção no Garrincha foi seu bom humor e esta característica predomina até hoje. Ele é um excelente companheiro, muito engraçado e amigo”, declara Vera. Quanto ao quesito filhos, Garrincha, que é pai de três homens e de uma mulher, além deser avô de duas crianças, diz que nunca foram um empecilho para a união. “Somos uma família só. Eu, meus filhos e a Vera nos entendemos muito bem, sempre viajamos juntos ou fazemos programas coletivos”, afirma.
Para este Dia dos Namorados, o casal já tem programação definida. “Sempre comemoramos a data e este ano vamos jantar juntos em algum lugar bem romântico”, conta o jornalista.
O amor na terceira idade
Relacionamentos não têm prazo de validade. Por isso, nunca é tarde para encontrar um companheiro com quem se possa compartilhar os momentos da vida. Segundo a psicóloga Layse Policarpo, muitos idosos, quando se deparam com o falecimento de seus parceiros, pensam que não existe mais vida após o fim daquele ciclo. “No entanto, é neste momento que eles devem buscar conhecer novas pessoas, além de praticarem atividades que os afastem de doenças como depressão e ansiedade”, defende Policarpo.
Virgiane Passos – Jornal O DIA