A Rede de Controle da Gestão Pública vai ter muito trabalho neste começo de ano, que coincide com o início da maioria das administrações municipais nos 224 municípios do Piauí. Na maioria dos municípios, o dinheiro que havia nas contas da prefeitura simplesmente desapareceu.
Não à toa, o Diário Oficial dos Municípios publicou, nessa primeira semana de janeiro, vários decretos de emergência administrativa e financeira, como em São Pedro do Piauí, Barro Duro, Santa Cruz e Bocaína.
Além das fraudes em licitações “de faz de conta”, como o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Olavo Rebelo, chamou esse “jogo de cartas marcadas” que se tornou o maior ralo de verbas e o mais comum dos crimes cometidos contra a administração pública, a Rede vai investigar onde foi parar o dinheiro do Fundo de Participação e dos milhões de reais referentes à parcela dos recursos da repatriação repassados aos municípios pela União.
Durante a eleição – na verdade, aclamação – do novo presidente da Associação Piauiense de Municípios, Gil Carlos Modesto, muitos prefeitos que venceram os candidatos adversários reclamavam que encontraram as contas dos municípios “zeradas”. Outros receberam a prefeitura de aliados, mas encontraram as mesmas dificuldades.
Em José de Freitas, o prefeito Roger Linhares (PP) ainda não pagou dezembro dos servidores municipais. Linhares afirma ter encontrado apenas R$ 2 mil no caixa da prefeitura, apesar de o Governo Federal ter creditado nessas contas R$ 2 milhões referente à parcela repatriação. Segundo o prefeito, houve uma movimentação.
Mas houve exceções. Em Barras, o ex-prefeito Edilson Capote (PSD) entregou a prefeitura ao prefeito eleito Carlos Monte (PTB) com recursos em caixa – R$ 500 mil só na conta do Fundeb -, toda frota limpa, abastecida e fundionando e, o mais importante, o pagamento dos servidores em dia – os professores receberam até o 14º salário.
Fonte: piauihoje