Um presidiário identificado como Rosenberg Silva Costa, de 29 anos, foi estrangulado na manhã desta terça-feira (17) dentro de uma das celas da Casa de Custódia de Teresina e o corpo jogado no pavilhão C da unidade.
O crime ocorreu durante o banho de sol, de acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi). É a segunda morte de preso registrada em menos de uma semana no estado, quando um interno morreu dentro de uma viatura quando era transferido de Teresina para a Penitenciária Vereda Grande, em Floriano, Sul do estado.
O diretor do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda, informou que houve um princípio de motim e os agentes fizeram alguns disparos para dispersar os detentos. “Acreditamos que ele foi arrastado e morto dentro da cela e depois o corpo jogado no pavilhão. Os presos usaram lençóis para enforcar a vítima. Ele foi morto de forma silenciosa”, relatou Kleiton.
Rosenberg Silva estava preso desde o dia 19 de julho do ano passado e cumpria pena por tráfico de drogas. A gerência da unidade acionou o Instituto de Medicina Legal (IML) e a Delegacia de Homicídios. A Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária da Secretaria de Justiça vai abrir sindicância para apurar a morte do detento.
A Casa de Custódia de Teresina é o maior presídio do estado e deveria receber apenas presos provisórios. Atualmente, são quase 1 mil presos custodiados na unidade, quase o tripo da sua capacidade que é para 360 detentos.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários voltou a criticar o sistema carcerário piauiense e chamou atenção para o fato de que a situação possa se agravar. Segundo Kleiton Holanda, a Secretaria Estadual de Justiça retirou um grupo de intervenção que atuava na Casa de Custódia e convocou militares para prestar serviço no presídio.
“As coisas estão tomando um rumo descontrolado e o estado nega que possa ocorrer um evento de grande proporção. Está havendo uma falha de planejamento. Tiraram agentes e colocaram militares que não entendem como funciona o sistema, que são acostumados a lidar com com a segurança preventiva e ostensiva. É um efeito dominó, ou seja, se tira policial da rua, logicamente a tendência é aumentar a violência e a população carcerária”, reclamou Kleiton.
O relato do sindicalista foi publicado no G1, que, em dezembro, fez um levantamento apontando que o estado tem o maior percentual de presos sem condenação no sistema prisional: 65%, ou 2,7 mil de 4,2 mil detentos. O estado também está entre os 18 cujas audiências de custódia resultam em mais decisões de prisão preventiva do que em liberdade provisória segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O levantamento foi feito entre 2015 e dezembro de 2016. A estatística representa dois terços dos 26 estados mais o Distrito Federal.
Fonte: Piauí 247