Pular para o conteúdo

Eleitor deposita na urna eletrônica confiança que não dá aos políticos

urna

Foto: Iracema Chequer | Ag. A TARDE

Enquanto as instituições políticas brasileiras, por meio de numerosos escândalos de corrupção, promovem a descrença dos eleitores na política nacional, uma máquina decisiva no processo eleitoral anda na contramão de tamanha incredulidade.

Criada em 1996, a urna eletrônica é considerada pela maioria dos brasileiros como um sistema amplamente confiável. Nas últimas eleições (2010), por exemplo, 94% dos eleitores aprovaram a tecnologia e 85% afirmaram não ter tido qualquer dificuldade na hora do voto.

A pesquisa, que foi realizada pelo Supremo Tribunal Eleitoral (STE), mostra ainda que 97,1% dos votantes consideraram positiva a agilidade da ferramenta, sendo que 57,4% classificaram como ótima e 39,7%, como boa. Apenas 1,2% disseram que foi ruim e 0,6%, péssima.

Os números mostram um descompasso entre a confiança no sistema tecnológico que norteia as eleições e nos personagens da política brasileira. Prova disso são os números da última pesquisa do Ibope sobre a relação de confiança dos cidadãos com as instituições, divulgada em outubro de 2011.

Enquanto a família aparece como o ambiente mais confiável para os brasileiros, o congresso nacional e os partidos políticos aparecem pelo terceiro ano consecutivo, respectivamente, como as instituições mesmos confiáveis. Na escala de pontuação, as famílias têm 90 pontos de confiança, enquanto os partidos políticos apenas 28.

Testes de segurança – Para atestar a segurança das urnas eletrônicas, o TSE reuniu, entre os últimos dias 20 e 22 de março, cerca de 20 especialistas em computação dos Estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, além do Distrito Federal, para que tentassem violar a integridade da máquina e o sigilo do voto.

Os profissionais da Universidade de Brasília (UnB) até conseguiram refazer o sequenciamento dos votos, organizando a ordem de votação que fica embaralhada eletronicamente na urna. Entretanto, mesmo com a manobra, o sigilo dos votantes não foi violado.

Os resultados do último teste de segurança, que servirão para aperfeiçoar o sistema de votação, foram apresentados no dia 29 de março, em uma audiência pública no TSE.

A primeira edição dos testes de segurança foi realizada em novembro de 2009 e contou com a participação de 37 investigadores. Na ocasião, nenhum deles conseguiu burlar o sistema eletrônico de votação.

Sistema – De acordo com o Coordenador de Eleições do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), André Cavalcante, além da urnas invioláveis, outros fatores contribuem para a segurança nas eleições.

Conforme o coordenador, as urnas são avaliadas pelo Ministério Público, OAB e partidos políticos; lacradas com material produzido pela casa da moeda; e distribuídas pelos Correios aos colégios eleitorais – na véspera da votação – sob acompanhamento policial.

Além disso, os nomes dos colaboradores (mesários, junta eleitoral, técnicos de urna, etc) são divulgadas antes do pleito; cada partido político ou coligação pode credenciar até três fiscais, que se revezarão na fiscalização dos trabalhos de apuração; e no início da votação é impressa a Zerésima, relatório com os nomes de todos os candidatos registrando que todos estão com zero votos.

Já no final da votação, são impressas cinco vias obrigatórias do boletim de urna, podendo ser impressas vias adicionais caso solicitado pela fiscalização. Todos os disquetes usados são criptografados e, caso algum seja extraviado, a urna permite que os votos sejam regerados. Ao final da totalização, é possível solicitar auditoria e verificar o arquivo de logs que apresenta todos os eventos registrados pela urna.

Urna Biométrica – Para garantir maior segurança no processo eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral começou a usar a urna biométrica – sistema onde os eleitores são reconhecidos por meio das impressões digitais – nas eleições de 2008.

O projeto foi realizado, inicialmente, em três cidades brasileiras: Colorado do Oeste, em Rondônia; Fátima do Sul, em Mato Grosso do Sul; e São João Batista, em Santa Catarina. Na ocasião, 40 mil eleitores foram recadastrados para essa forma pioneira de voto nestas localidades.

Nas eleições gerais de 2010, um milhão e 100 mil eleitores de 60 municípios, de 23 estados, passaram a ser identificados por meio da biometria. Na Bahia, apenas a cidade de Pojuca está inclusa neste projeto, desde as eleições de 2010.

A segunda etapa do recadastramento biométrico foi iniciada em 2011 e concluída em abril deste ano. Foram convocados pouco mais de sete milhões de eleitores de 235 novos municípios de diversos estados. A expectativa do TSE é de que, até 2018, todos os eleitores brasileiros já possam ser identificados por meio das impressões digitais.

UOL/A Tarde On line

Comentários
Publicidade

Deixe um comentário

Aviso: os comentários são de responsabilidade dos seus autores e não refletem a opinião do Portal Integração. É proibida a inclusão de comentários que violem a lei, a moral e os princípios éticos, ou que violem os direitos de terceiros. O Portal Integração reserva-se o direito de remover, sem aviso prévio, comentários que não estejam em conformidade com os critérios estabelecidos neste aviso.

Veja também...

Portal Integração