O mês de março tem se mostrado instável com relação às variações no tempo de Oeiras. Chuvas repentinas, céu nublado e dias frios intercalados com dias ensolarados tem sido comum. O dia pode começar de um jeito e ir mudando completamente com o passar do tempo.
O climatologista Werton Costa informa que a cidade depende da umidade vinda do Atlântico Tropical para ter chuvas. “A Zona de Convergência Intertropical que é o principal sistema promotor de chuvas que transporta a umidade do Atlântico para o interior do Nordeste e assim as chuvas se tornam abundantes, desde a faixa norte até a faixa sul do estado passando pela faixa sertaneja”.
Estação irregular
Segundo ele, estamos passando por uma estação (o verão) irregular no que diz respeito ao volume de chuvas. Enquanto no sertão do Piauí as chuvas tem diminuído, na faixa norte e centro-norte (que vai do litoral Vale do Longá a Teresina e ao médio Parnaíba) a umidade e a carga pluviométrica se mantêm concentradas.
“Esse deslocamento da chuva para o norte é provocado por um aquecimento desigual do Oceano Atlântico, então a faixa do Atlântico Norte está mais aquecida que a faixa que margeia o Nordeste, isso faz com que a Zona de Convergência Intertropical migre mais para o norte”.
Situação em Oeiras
Como os temporais localizados em Oeiras são provocados pela Zona de Convergência Intertropical e sua posição climatológica está oscilando, alguns fenômenos são gerados no município, como o grande volume de chuva em um curto intervalo de tempo.
Assim, a irregularidade pluviométrica causa variações temporais permitindo que o dia fique chuvoso, ensolarado ou nublado. A tendência é que tenhamos chuvas esporádicas na forma de pancadas.
“Essa condição também tem provocado névoas ou neblinas no estado do Piauí, este fenômeno da condensação do vapor d’água se dá pela queda da temperatura do solo fazendo com que o vapor se transforme em água”.
A sensação de abafamento que os oeirenses vêm sentindo se deve às condições do tempo firme, que quando se impõe há a ausência de cobertura de nuvens fazendo com que o calor seja mais incidente sobre a superfície. Dessa forma, a taxa de evapotranspiração aumenta e a perda de umidade do solo faz com que a temperatura também aumente.
O climatologista faz um alerta: “há uma previsão muito clara de haver uma antecipação da estiagem se não houver uma modificação do posicionamento da Zona Convergência Intertropical”.
Por Sheron Weide