O Governo do Estado deixou de fazer pagamentos que estavam programados para sexta-feira, dia 4, e segunda-feira, dia 7. Através de um ofício enviado ao Banco do Brasil, o governador Zé Filho (PMDB) e o seu cunhado, secretário de Fazenda Mário Lacerda, conseguiram estornar as ordens bancárias que estavam geradas para os últimos dias da gestão de Wilson Martins (PSB).
A informação foi repassada ao portal de noticias 180graus, da cidade de Teresina, por fornecedores do Governo do Estado, empresários que preferem não se identificar temendo retaliação. Num levantamento feito pelo portal, acredita-se que o montante gira em torno de R$ 35 milhões. A decisão foi tomada porque Zé Filho e seu cunhado querem analisar cada um dos pagamentos que estava sendo feito.
Fornecedores estavam esperando por esse dinheiro para quitar pagamentos em suas empresas e por isso deixou funcionários se receber a esperada remuneração, geralmente feita no quinto dia útil do mês subsequente. “Nossa situação é triste. Eu esperava por esse dinheiro para fazer alguns pagamentos, do meu pessoal. Dependo dessa grana. Mas estranhamente o governador e o seu secretário de Fazenda mandaram estornar através de um ofício enviado ao Banco do Brasil”, afirmou um dos empresários.
Ninguém sabe o que vai acontecer. Se o pagamento ainda será feito ou não. Cabe ao secretário de Fazenda e ao secretário de Administração, João Henrique Sousa, fazerem uma reavaliação. A atitude é estranha. Tanto Zé Filho (Fiepi) quanto Mário Lacerda (ex-Sebrae) têm origem na área empresarial. Sabem que muitos desses fornecedores dependem desse dinheiro para fazer pagamento de funcionários, comprar material para atividades afim. Além disso, não honrar compromissos que já tinham sido firmados por Wilsão gerou uma certa animosidade entre pessoas ligadas ao atual e ao ex-governador.
Zé Filho e Mário Lacerda com Wilsão: novo governador e cunhado deixam de cumprir acordos do ex-governador
DECISÃO RADICAL
Foi uma decisão radical essa tomada pelo governador e seu cunhado-secretário. Como ficam, por exemplo, os acordos feitos pela secretaria estadual de Defesa Civil já que o titular da pasta, na era Wilsão, era Ubiraci Carvalho (PROS), falecido na noite da última segunda? O novo secretário vai assumir ‘devendo’ fornecedor sem saber se vai haver ou não pagamento. Os empresários preferem evitar a palavra ‘calote’, pois ainda esperam pelos devidos pagamentos. Mas estão todos receosos. Lembrou a época em que o180graus recebia telefonemas de certos fornecedores chateados com o não pagamento do então governador Wellington Dias (PT), em 2010.
João Henrique Sousa e Zé Filho: cabe ao secretário de Administração reavaliar esses pagamentos
Fonte: 180 Graus / Repórter: Allisson Paixão