A preocupação com o fim do mundo sempre fez parte do imaginário popular, segundo os estudiosos do assunto. Não foram poucas as previsões nesse sentido: em todas as civilizações o tema foi ventilado. Sábios – como Nostradamus – e loucos pregaram a extinção da vida na Terra, bem como setores de algumas seitas.Agora é a previsão do fim do mundo, no calendário Maia, para hoje, dia 21.
“Não tenho medo do fim do mundo! Penso até que muitas coisas boas podem acontecer, como, por exemplo, o fim de tudo que conhecemos – centenas de teorias existentes sobre tudo e que tudo tentam explicar -, o fim das tendências e das máscaras. Penso ainda que todo recomeço é sempre bem vindo! E se o mundo seguir igual, Feliz Natal e um 2013 supimpa!”, observa a filósofa e economista Enoísa Veras.
Para o jornalista e escritor Eneas Barros, as previsões de fim do mundo vêm de muito longe: “Desde os tempos mais longínquos da civilização que somos assolados pela necessidade de mudança. Parece que o nosso inconformismo eterno, que destrói para poder se renovar, está muito presente, uma coisa quase visceral. A maior influência desse nosso comportamento vem do Velho Testamento, que registrou um extermínio pela água, e do Novo Testamento, com as visões do Apocalipse”, ressalta.
Diz ainda ele que “há muita procura pela associação mais precisa para o fim do mundo, ora com a Bíblia, ora com Nostradamus, ora com os Maias. No caso específico de 21 de dezembro de 2012, os maiores sofredores são os fanáticos, que se apegam à condução de líderes exploradores da fragilidade humana para espalhar o temor, ainda que vivamos no século XXI e a Ciência tenha explicado que o dia 21 nada mais é do que o fim do calendário Maia, que se reiniciará”, conclui.
Com uma gargalhada, a relações públicas Drica Veras, adepta da religão Santo Daime, respondeu à pergunta sobre o suposto fim do mundo: “Ah, nós daimistas não acreditamos nisso, não levamos a sério”, afirma sem teorizar.
A estudante de Letras Mara Siqueira, pensativa, diz não acreditar numa destruição do mundo por inteiro: “Acho que cada um tem uma crença diferente. Todos não pensam de uma forma única. Não acredito que o mundo vá se acabar por inteiro; é muito inviável”, ressalta.
A estudante observa ainda que, embora não creia em final do mundo, anunciado para esta sexta-feira, acredita que irá acontecer algo especial: “Eu acredito que irá ocorrer algo especial, algo diferente que chamará a atenção de todos”, acentua. O mestrando em Matemática Jerson Leite também não crê na previsão Maia: “Acredito que o mundo não vá acabar. Mas se isso de fato fosse acontecer, gostaria de juntar os amigos e os que se distanciaram – para uma festa”, diz.
Jerson Leite acrescenta que curtiria muito essa festa, como se o mundo não fosse acabar: “Sei que o desespero seria inevitável, mas iria confiar em Deus e seguir em frente”, assinala. Já a estudante Vanessa Santos diz que não acredita, “porque só Deus sabe do final do mundo, e já foram muitas as previsões e nenhuma se concretizou”.
“Toda essa “confusão” de fim do mundo acredito eu, que seja apenas uma má interpretação das ideias de civilizações antigas. O Homem deveria construir na face de hoje uma interpretação de que possa a partir do dia 21 encarar as coisas com mais responsabilidade e humanidade, pois nem nesse dia e nem outroque não sabemos, o mundo se acabará. O que se acaba mesmo são os dias que gastamos com futilidades”, desabafa Vítor Sabino de Oliveira, geógrafo e guitarrista.
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