Depois de ser o centro das atenções aosaltar de paraquedas do terraço do Hotel Windsor, na Praia do Leme, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (28), o australiano Nicholas Johnson, que acabou detido, disse que o salto executado foi um dos melhores da sua vida. “Há mais de 20 anos pratico esse esporte. Já fiz mais de 50 saltos em nove países. Mas esse foi um dos meus melhores saltos”, afirmou ele, com um largo sorriso.
Nicholas é praticante do “base jump”, um esporte radical que consiste em pular de prédios altos ou penhascos e soltar o paraquedas com a mão.
“Eu já tinha ido ao hotel anteriormente”, explicou o australiano, que disse ter planejado o salto com antecedência.
“Copacabana tem uma vista linda, da praia, e hoje o dia estava bonito, sem ventos”, contou ele, que trabalha para uma empresa de petróleo, no Brasil, como soldador, segundo informou na delegacia.
Ele garantiu que não fez isso como parte de qualquer tipo de campanha publicitária. “Foi para mim mesmo”, afirmou. Sobre o fato de ter sido detido, por invasão de domicílio e pela possibilidade de ferir outras pessoas que estavam na praia, ele comentou que “havia poucas pessoas na areia” e que “pousou suavemente e não pôs em risco a vida de ninguém”.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, o homem, que não estava registrado no hotel, foi preso assim que chegou na Avenida Atlântica. Ele tinha subido pelo elevador e os seguranças do hotel o seguiram. O caso foi registrado na 12º DP (Copacabana).
Banhistas aplaudiram salto
O policial militar do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) que abordou Johnson logo após a aterrissagem, na areia do Leme, contou que as pessoas aplaudiram na praia o feito do australiano. “Ele parecia não saber que aquilo que tinha realizado era um crime”, contou o PM. Os policiais e seguranças do hotel detiveram o australiano e o levaram para a 12ª DP. O delegado Márcio Mendonça Dubugras, titular da 12ª DP, contou que Johnson afirmou que nunca havia sido preso pela prática do “base jump”.
O delegado comentou a falha na segurança do hotel. “Ele conseguiu passar pela segurança do hotel e entrou em uma área privativa. Chegou ao 37º andar de elevador, subiu as escadas até 39º, acessou a cobertura e conseguiu pular”, explicou Dubugras. “Ele estava muito bem arrumado, e conseguiu passar direto pela recepção”, acrescentou. No Hotel Windsor, procurados pela reportagem do G1, nenhum funcionário, nem a gerência, quiseram comentar o caso.
Delegado fala em esquema para hotéis e mudanças na lei
“Com esses eventos que estão por vir, a polícia está preparando ume esquema diferente”, afirmou o delegado, se referindo à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. “Isso vai ser passado aos hotéis, para que se evitem situações que possam causar qualquer tipo de perigo para quem vem participar, agora, da Rio+20”, complementou.
