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Plantação de hortaliças em Talhada São Luís é oásis na zona rural de Oeiras

SemiaridoNo caminho até Talhada São Luís, zona rural de Oeiras – distante cerca de 30km do centro da cidade –, mato e estrada parecem pintados com o mesmo tom de cinza. A paisagem é um quadro sem moldura do semiárido: solo e vegetação secos, sol escaldante, nenhuma gota de água à vista.

Mas, foi este cenário que agricultores corajosos resolveram tingir de verde. Ali, em meio à densa caatinga, eles cultivam hortaliças, num pedaço de chão que mais parece um oásis no meio deserto. “A coisa principal que eles têm aqui é dedicação. Toda hora eles molham os canteiros: de manhã, de tarde e de noite”, exalta o agente rural Ivanilson de Sousa, da secretaria municipal de Agricultura.

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Família de José Celso cultiva hortaliças em Talhada São Luís; Foto: Edna Bezerra.

Trabalhando juntos, as famílias de quatro irmãos produzem, cada uma, cerca de 150 pés de alface e 200 molhos de cheiro-verde, por semana. Toda a produção é absorvida por supermercados e mercadinhos da cidade. “Mensalmente faturamos uns R$ 2 mil”, revela o agricultor José Celso de Sousa Nogueira, 30 anos.

Couve, melancia, acerola, maxixe, pimenta, quiabo, rúcula, hortelã, salsinha, pimentão e até amendoim são cultivados em 400 m² de plantação. “Começamos numa área de 40 m², hoje tá em torno de 400 m² de produção”, computa José Celso. Toda a produção é orgânica, ou seja, é feita de maneira sustentável e não utiliza nenhum tipo de agrotóxico ou fertilizante sintético.

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Plantação de hortaliças da família Nogueira; Foto: Edna Bezerra.

Ivanilson de Sousa explica que, para manter perene a plantação de hortaliças, os agricultores utilizam um sistema de irrigação feito através de gotejamento. “Dessa maneira, eles não desperdiçam água. Nada aqui se perde, tudo que sobra é utilizado como adubo ou alimentação para as galinhas”, comenta. “Eles também fazem o rodízio de culturas e o plantio escalonado. Para nunca faltar produto”, detalha o agente rural.

Para chegar a este patamar, os agricultores participaram de uma série de capacitações ministradas pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente). “Hoje, já estamos é dando capacitação para outras pessoas”, festeja José Celso, comentando que vários grupos de pessoas já visitaram a comunidade para conhecer o projeto desenvolvido por eles.

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José Celso mostra mudas quem produz; Foto: Edna Bezerra.

300 ovos caipiras por semana

Junto com a produção de hortaliças, os agricultores mantém uma criação de galinhas. “As galinhas são usadas só para postura (produção de ovos)”, diz José Celso. Cada aviário produz, em média, 80 ovos caipiras, por semana. “São 300 ovos por semana. Todos são vendidos na cidade”, acrescenta.

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Produção de ovos é intensa na localidade; Foto: Edna Bezerra.

Para facilitar a comercialização dos produtos, os irmãos criaram uma associação, da qual participam também agricultores de outras localidades rurais da cidade.

Além dos ovos e da variedade de hortaliças, os irmãos Nogueira começam a cultivar mais frutas – maracujá, batata doce, milho, caju. Até parece milagre a existência tanta fartura no meio no sertão.

 

Por Jadson Osório

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