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Idosa pede máquina de lavar e Samarco exige prova de que não ela consegue torcer roupas

Dona Cenita e Francisco Marcelino ainda esperam pelo eletrodoméstico. (Reprodução/MAB)

Um casal de idosos que requisitou à mineradora Samarco uma máquina de lavar após a enchente que destruiu a região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, teve de provar que não conseguia torcer as roupaspara que conseguisse a reposição do eletrodoméstico.

Dona Cenita e Francisco Marcelino ainda esperam pelo eletrodoméstico. (Reprodução/MAB)

Dona Cenita e Francisco Marcelino ainda esperam pelo eletrodoméstico. (Reprodução/MAB)

Teofila Siqueira, conhecida como Dona Cenita pela zona rural de Barra Longa (MG), se surpreendeu com a reação da assistente social. “Ela me pediu que apresentasse um laudo médico que provasse que eu não tenho força para torcer a roupa. Eu tenho osteoporose, tomo vários remédios”, disse Dona Cenita em entrevista publicada pelo site do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). 

Felizmente, a senhora de 69 anos conseguiu um laudo simples com uma médica clínica geral no Posto de Saúde de Barra Longa.

“Este é um episódio absurdo, inaceitável, viola direitos básicos daqueles que são os mais vulneráveis. Temos visto muito isto nesta cidade. Por isto, temos feito um trabalho de acompanhamento por família, buscando visitar, ouvir as pessoas, ser uma presença solidária, mas, ao mesmo tempo, insistindo com todos que é preciso se organizar para garantir os direitos: se a Samarco age assim em questões básicas, imagine quando formos discutir indenização e reassentamento”, analisou Thiago Alves, membro da coordenação do MAB.

Ao lado do marido Francisco Marcelino, Dona Cenita conta emocionada como não estava crente que a água suja causaria tantos danos ao município.

“Achávamos que ali não ia chegar. Moramos aqui há quase 30 anos e a maior enchente que pegamos aqui, que foi em 1996, só chegou perto da primeira coluna da casa. Mas aí não teve jeito. A lama veio subindo, subindo, tomando tudo. Nós corremos e tudo foi embora”, contou Cenita. Era madrugada do dia 6 de novembro.

O casal é natural do bairro do Morro Vermelho, atualmente com 20 casas desocupadas e outras três condenadas pela lama. Hoje, os dois – que estão vivendo em uma casa alugada até concluir a “reforma” de seu imóvel – agora aguardam a entrega da máquina ainda esta semana.

Fonte: Yahoo Notícias

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