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Início de caminhada mostra alternativas para Seleção segura e equilibrada em campo

Quatro jogos, quatro vitórias e liderança absoluta na tabela das Eliminatórias da Copa do Catar tornam esse 2020 de triste memória – com tantas mortes por Covid-19 no país – um alento para a seleção brasileira masculina de futebol. Em jogos com perdas significativas, de Neymar, Philippe Coutinho e Casemiro – foram oito cortes ao todo, Tite encontrou boas alternativas no grupo.

Mesmo contra o Uruguai, desfalcado de Luis Suárez, é verdade, o time brasileiro soube controlar a partida na vitória por 2 a 0 contra a Celeste, no estádio Centenário – gols de Arthur e Richarlison, este em jogada ensaiada.

Depois de alguns testes e novatos no caminho da Copa América até a primeira convocação de 2020, Tite termina seu quarto ano de trabalho na Seleção com boas notícias. É notável o entrosamento do sistema defensivo com Danilo, Marquinhos, Thiago Silva, Renan Lodi, com a proteção dos meias e o trabalho incansável dos pontas na recomposição – mais nítido ainda contra o Uruguai, com disparadas e muita atenção de Richarlison pelas costas de Lodi.

O Brasil é um time que se defende bem e tem facilidade em longos lançamentos para encontrar seus pontas – é assim que esse time joga quando tem mais espaço. Esta condição se apresentou contra o Peru e o Uruguai, fora de casa.

Não é a toa que a seleção brasileira chega à quarta rodada com apenas dois gols sofridos – os dois em chutes de fora da área. Contra o Uruguai, cedeu apenas cinco finalizações – em todos os quatro jogos, por sinal, a média é baixa: 4,75 – no ataque, finalizou 12,5, em média em quatro jogosOs números são do site Sofascore.

No Centenário, deu sorte com duas bolas no travessão – a primeira delas, num bonito lance de Darwin Núñez, que deixou no chão Danilo – e no gol desviado de Arthur.

“Em quatro rodadas, o time trocou em média 587 passes, o dobro dos adversários, sempre com muita rapidez na recuperação da bola (média de posse de bola de 66,7%). Sem Neymar e Coutinho contra o Uruguai, o ataque com Gabriel Jesus, Richarlison e Firmino se mostrou mais combativo”.

Tite bancou Arthur, depois de mau término de passagem pelo Barcelona e ainda em adaptação na Juventus, e viu um jogador aguerrido e mais atrevido no estádio Centenário. O gol, com raro chute do meia revelado no Grêmio, o passe em seguida para Roberto Firmino, que perdeu boa chance, e uma participação mais intensa foram bons sinais do retorno de Arthur.

Mesmo desgastado, Ribeiro cresce

Na frente da zaga, sem Casemiro e Fabinho, Douglas Luiz venceu a maioria dos duelos e corrigiu imprecisão de passes da partida contra a Venezuela. Parecia mais confiante e menos afobado. Na coletiva de imprensa, antes do jogo, Tite dizia que seguiria com o jogador. O auxiliar Cléber Xavier disse que queriam corrigir – tanto Douglas como qualquer outro – com o atleta em campo.

Tite evitou tratar individualmente da ascensão de um jogador, mas provavelmente volta ao Brasil – e passa longos quatro meses sem jogos – com uma torcida: que Everton Ribeiro consiga manter o ritmo até a próxima convocação. O jogador só foi a campo na quarta-feira, depois de dois dias de trabalho regenerativo. Completou 3.000 minutos em campo em 41 partidas quando foi substituído no fim do jogo em Montevidéu – isso significa 61% dos 4.855 minutos que fez em 67 jogos de 2019.

Aos 31 anos, Ribeiro vive situação inédita na carreira: vestiu a 10 e entrou de vez no grupo de Tite. Philippe Coutinho é um dos jogadores mais utilizados pelo treinador na Seleção, mas Everton, se por vezes tem menos visão de jogo – e o antigo entrosamento natural com Neymar, apareceu bem com jogadas pelas duas pontas, tabelas, toques de primeira.

Variações

A estrutura proposta por Tite, com quatro jogadores ofensivos no ataque e Renan Lodi como quinto homem, precisa ser testada em mais jogos. Por vezes pode exigir alternativa pelo lado direito, que tem Danilo mais preso, mas de boa participação em dois gols – no primeiro das Eliminatórias contra a Bolívia e no de Arthur, que abriu o placar na noite de terça em Montevidéu.

E também variações de infiltrações pelo centro de ataque. Tite ainda mantém pelo menos um dos dois meias mais fixos – no caso dessa terça, Douglas e Arthur -, mas com pequena participação ofensiva. O técnico percebeu isso contra a Venezuela e por isso entrou com Paquetá. Mas o time tem chegado à intermediária adversária com em bom número de jogadores. No gol de Arthur, por exemplo, eram seis no cerco – e Douglas atrás, Danilo pela direita. Foi preenchendo a área que Lodi e Jesus brigaram e a bola sobrou para Firmino na vitória sobre a Venezuela.

A Seleção só volta a campo em março do ano que vem. Primeiro, viaja a Barranquilla para enfrentar, no dia 25, a pressionada Colômbia – que levou 3 a 0 em casa para o Uruguai e nada menos do que 6 a 1 para o Equador, fora. Depois, dia 30, vai a Recife para receber a atual vice-líder Argentina.

Com calendário que cobra o preço a cada semana, em fadiga e dores musculares – dentro e fora do Brasil -, resta a Tite torcer pela saúde dos seus atletas e seguir com amadurecimento e ajustes de ideia de jogo que lhe deu 100% no início da caminha até o Catar.

Fonte: Globo Esporte
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