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Mãe dá à luz na rua à espera de ambulância no RJ

Uma mulher deu à luz no meio da rua, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira, 10. Com contrações, Dhassyla Pinheiro Silva chamou uma ambulância do Cegonha Carioca, da Prefeitura do Rio, e a esperou por três horas. Merlin, a bebê, chegou antes.

Funcionários do programa – que deveria auxiliar grávidas do pré-natal ao parto – afirmam que estão sem receber. Um deles denuncia que dois dos 12 veículos ficaram parados na semana passada por falta de combustível. Angústia desde a noite anterior. Com dores, Dhassyla já tinha ido à Maternidade Leila Diniz, na Barra da Tijuca, na noite de quarta-feira, 9, mas acabou liberada pelos médicos.

Por volta das 5h de quinta, a gestante voltou a sentir dores, e o marido dela acionou a ambulância do Programa Cegonha Carioca. Às 8h, o veículo ainda não tinha chegado.

Ao perceber que a bebê estava nascendo, o marido pediu ajuda ainda na rua. Os irmãos Fernando Vincler dos Santos e Jean Carlos dos Santos se prontificaram a acudi-la.

Após o parto na rua, a ambulância chegou, e Dhassyla foi levada para a Leila Diniz.

Merlin nasceu com 2,540 kg e 48 cm. Mãe e filha passam bem.

Dois irmãos ajudam no parto de grávida no meio da rua em Rio das Pedras

Combustível na reserva

Funcionários que fazem parte do Cegonha Carioca denunciam atraso nos salários e destacam que as ambulâncias estão rodando com combustível no limite de acabar. Duas ficaram paradas.

Um deles afirma que o dinheiro que está abastecendo as ambulâncias não tem procedência reconhecida.

“Na hora de abastecer a ambulância, a regulação liga, manda a equipe da ambulância para um determinado posto, onde lá se encontra um funcionário da prefeitura, com dinheiro vivo, em espécie, e ele faz o pagamento. E eles determinam o valor que vai ser abastecido em cada ambulância”, denuncia.

No mês passado, os funcionários receberam o salário no dia 23 de setembro. Este mês ainda não tem previsão.

O que diz a prefeitura

Sobre o incidente com Dhassyla, a coordenação da Maternidade Leila Diniz afirmou que vai apurar as circunstâncias, mas adiantou que não há registro de entrada da jovem na quarta-feira. “A paciente foi avaliada pela última vez na unidade no dia 28 de setembro”, diz a nota.

“Questionada pela coordenação da unidade, a paciente informou que passou o dia na residência da mãe, na Taquara, retornando para casa, em área de difícil acesso no Rio das Pedras, durante a noite”, emenda.

“A paciente informou que acionou a ambulância Cegonha às 6h48 e seguiu para localidade onde é possível acesso de ambulâncias, no entanto ela entrou no período expulsivo do trabalho de parto, e a bebê nasceu na rua”, acrescenta.

Sobre as denúncias dos funcionários, a Secretaria Municipal de Saúde garante que o Transporte Cegonha está funcionando. “As gestantes que precisarem do serviço na hora de ir para a maternidade podem solicitá-lo pelo número de telefone informado durante o pré-natal”, diz a nota.

“As ambulâncias estão sendo abastecidas, e a secretaria trabalha para regularizar os repasses ao contrato do Cegonha Carioca”, destaca.

O que é o Cegonha Carioca

Projeto pioneiro no Brasil, implantado em 2011, o Cegonha Carioca tem como principais objetivos humanizar e garantir o melhor cuidado para mãe e para o bebê – desde o pré-natal até o parto, para reduzir a mortalidade materno-infantil e incentivar a realização de exames pré-natal.

Lançado inicialmente em duas regiões – Rocinha e a área de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba -, chegou em 2012 a toda a cidade.

Por meio do programa, todas as gestantes que fazem o pré-natal em uma unidade pública de saúde no Município do Rio ficam sabendo, antes do parto, em qual maternidade terão seus bebês e têm a oportunidade de visitar o local.

Além de conhecer a maternidade, a futura mamãe, junto com um acompanhante, participa de ações educativas e, ao final da visita, recebe de presente o Enxoval Cegonha.

No total, 19 maternidades fazem parte do programa (municipais, estaduais, federais e universitárias).

Fonte: G1

 

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