O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta segunda-feira (3) a transferência do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para a cadeia da Polícia Federal em Curitiba. Preso pela manhã por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, o petista foi levado inicialmente para a Superintendência da PF em Brasília.
A transferência foi pedida nesta segunda pelo juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato na primeira instância. A mudança do local da prisão depende de Barroso porque o ministro é relator das execuções penais do processo do mensalão. Condenado por corrupção ativa no caso, Dirceu atualmente cumpre prisão domiciliar na capital federal.
Em abril, Barroso já havia decido de forma semelhante, para transferir para Curitiba o ex-deputado Pedro Corrêa, que assim como Dirceu, também foi condenado no mensalão e é alvo de investigação na Lava Jato.
Segundo a PF no Distrito Federal, o plano inicial é que o ex-ministro seja transferido ainda nesta segunda-feira para Curitiba, onde estão concentrados todos os presos da Lava Jato. Os outros presos nesta 17ª fase da Lava Jato, incluindo o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, também serão transferidos para a capital paranaense.
Para investigadores do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, Dirceu participou da instituição do esquema de corrupção da Petrobras quando ainda estava na chefia da Casa Civil, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
As investigações também mostraram que a propinas eram pagas à JD Consultoria, empresa de Dirceu e de seu irmão suspeita de receber por serviços que não teriam sido feitos. Segundo o MPF, Dirceu indicou Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras e, a partir disso, organizou o esquema de pagamento de propinas.
O juiz Sérgio Moro escreveu no despacho de prisão de José Dirceu que o ex-ministro “teria insistido” em receber dinheiro de propina em contratos da Petrobras mesmo após ter deixado o governo, em 2005.
G1