Arqueólogos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encontraram um novo esqueleto em um sítio na zona rural de Guaribas, na região do Parque Nacional Serra das Confusões, o mesmo local onde foi encontrado o esqueleto de uma adolescente enterrada com um crânio de anta.
O esqueleto é de um homem adulto, de meia idade, e foi achado inteiro, deitado com os braços cruzados e com um fragmento de cerâmica cobrindo o rosto (foto acima). O homem foi sepultado com dois braceletes, usados acima dos cotovelos, e um colar, todos feitos com centenas de contas de osso polido manualmente (foto abaixo).
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Arqueólogos encontram esqueleto de indígena adulto sepultado diante de parede com gravuras rupestres em Guaribas, no Sul do Piauí — Foto: Professora Cláudia Cunha/ UFPI
“Esse uso de cerâmica em sepultamentos indígenas acontecem em diferentes estados. Já foram resgatados assim na Bahia, Sergipe, Pernambuco… É uma das formas como enterravam seus mortos”, explicou a professora Cláudia Cunha, do Laboratório de Osteoarquelogia (LOA) da UFPI.
Esse homem que teve um enterro tradicional indígena, mas dificilmente é possível determinar causa de morte de um indivíduo arqueológico. O esqueleto foi trazido para Teresina, para ser limpo e estudado.
O local onde os esqueletos foram encontrados fica diante de um paredão de rocha onde foram feitas centenas de desenhos, gravados na rocha. Para a professora Cláudia, os achados mostram que o lugar onde os dois esqueletos foram encontrados teria sido, entre outras coisas, um cemitério, um local sagrado que equivaleria a templo religioso ao ar livre para essa comunidade indígena.
“É mesmo um sítio especial. Não sabemos ainda o contexto em que as gravuras eram feitas, mas não eram coisa mundana: têm um significado religioso, simbólico. E o fato de fazerem do cemitério um sítio de arte rupestre, ou vice-versa, reforça a ideia de que é um lugar especial, como um templo”, explicou a professora.
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Gravuras feitas na rocha, no sítio onde os dois esqueletos foram encontrados, na zona rural de Guaribas. — Foto: Andrê Nascimento/ g1 Piauí
Além dos esqueletos, foram encontrados ainda ferramentas e outros materiais, que após serem estudados podem revelar outros aspectos e detalhes da vida desse grupo.
Ossos do primeiro esqueleto encontrado lá foram enviados para a França, para passarem por análises que identificam há quanto tempo foram enterrados. Segundo as pesquisas iniciais, os sepultamentos podem ter acontecido há mais de 6 mil anos.
Os pesquisadores devem ainda realizar novas visitas e escavações na região, para tentar localizar mais materiais deixados por esses grupos.
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Arqueólogos encontram esqueleto de indígena adulto sepultado diante de parede com gravuras rupestres em Guaribas, no Sul do Piauí — Foto: Professora Cláudia Cunha/ UFPI
Fonte: G1