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O ansiado aeroporto

O meu pai, Ditinho Reis (1928 – 2009), gostava de contar acerca da passagem da primeira aeronave pelos ares oeirense, em 1937. A pachorrenta cidade assombrou-se com um estrondoso ronco vindo não sabia de onde. Todos saíram à rua.

Foi então que viram um avião fazendo vôos rasantes. Os alunos do Grupo Escolar Costa Alvarenga, que ainda funcionava no Sobrado João Nepomuceno — hoje, Museu de Arte Sacra — assustaram-se. O aluno Cicero Coriolano gritava: — baixa no campo do Atlético Futebol Clube.

Tomei conhecimento, em 1990, pelo Sr. Celso Nunes — casado com uma Clark — que teria sido o próprio que estava naquele hidroavião vindo, em nome da Casa Inglesa, de Parnaíba em direção a Floriano e resolveu rever do alto nossa terra-mãe.

O prefeito Coronel Orlando Carvalho, em 1939, inaugurou o Campo de Aviação Juranir com o pouso de um avião da Panair do Brasil. A velha pista ensejou a urbanização da avenida Santos Drummond, chantada no atual bairro Oeiras Nova

Talvez, nos anos cinquenta, foi construída novo Campo de Aviação, nos arredores da comunidade Soizão.

Em 1966, quando o Ministro da Aviação e Obras Pública, Juarez Távora, cá esteve para a inauguração do sistema de abastecimento d’água plantado pelo DNOCS, vi uma cena que continua viva em minhas fatigadas retinas. Ao aterrissar, a aeronave fez uma manobra tal que encobriu de poeira o pelotão de soldados do Tiro de Guerra, sob o comando do Sargento Miguel.

Por longos anos, aquele vasto espaço serviu de palco para noturnos encontros fortuitos. Uma vez, em pleno congresso genésico com uma mocetona casada, vi um vulto bem próximo à janela do carro. Tratava-se de um jumento vadio que veio nos espiar de perto. A festa acabou. Só pode ter sido um castigo de Vênus!

Desde 2015, dito equipamento público encontra-se interditado em face das obras visando sua ampliação e adoção de medidas de seguridade.

Não obstante, em janeiro do ano que se esvai, foi dado por inaugurado pelo então governador Wellington Dias. Uma jogada eleitoreira.

Na ocasião, escrevi a crônica “Inútil paisagem”. Trago, aqui, o seguinte fragmento: “É um verdadeiro malogro se inaugurar uma obra sem que a população dela possa se usufruir.”

Questionado por populares, estive, hoje (16.11.2022), conferindo a situação fática. Está sendo ultimada a conclusão da casa de força onde será instalado um gerador elétrico. Faltam ainda ser a colocação do farol e dois grandes postes de iluminação. Tudo sob a responsabilidade da Construtora Hidros.

A empresa Esaero, contratada para administrar o Aeroporto de Oeiras — aeródromo, sua classificação técnica — desde agosto passado, já dispõem de um Gerente Executivo, dois Fiscais de Páteo, quatro Agentes de Proteção e dois prestadores de serviços gerais.

Sem criar falsa expectativa, creio que, até ao final do ano, tudo estará alinhado, faltando apenas a autorização da Agência Nacional De Aviação – ANAC. Espera-se que a burocracia oficial seja superada o quanto antes. Merecemos todos!

 

 

 

 

 

Por Carlos Rubem

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