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O lobo mau?

O governador Wellington Dias cumpriu extensa programação administrativa, ontem (13.08.2021), em Oeiras, o que não vem ao caso enumerá-la.

Estive presente apenas a dois desses eventos: reinauguração do Monumento do 24 de Janeiro e da reforma parcial do Centro Desportivo Dr. Laurentino Pereira Neto, obras por muito tempo relegadas ao descaso.

O primeiro prédio citado reverencia a data em que, em 1823, assinala o término do domínio reinol em terras mafrensinas, quando o futuro Visconde da Parnaíba, Manoel de Sousa Martins, em Oeiras, então capital do Piauí, liderou um bem urdido movimento patriótico, apeando do poder as autoridades portuguesas.

Será gerido pelo Campus Professor Possidônio Queiroz – UESPI, em cooperação com a Secretaria de Cultura do Estado. Esta pactuação, se não fossem briguinhas paroquianas, envolveria o município de Oeiras.

Depois de um longo e tenebroso inverno, como diria o poeta, foi assentado, em definitivo, num pedestal, a belíssima estátua daquele pró-homem plasmada, em material metálico, pelo escultor Braga Teppi. Lá havia uma outra concebida em gesso, pasmem!

Pena que no seu entorno há diversas placas publicitárias empanando, de certa forma, as suas linhas arquitetônicas, sem contar com uma ridícula barraca de vendas. Providências hão de ser tomadas por quem de direito.

Na oportunidade foi inaugurada a primeira e impactante exposição iconográfica de autoria do Olavo Brás, a qual foi inspirada na religiosidade da Capital da Fé.

Espero que, em breve, seja levado a efeito uma exposição histórica relacionada aos fatos que culminaram com a Adesão do Piauí ao Grito do Ipiranga, mormente porque, no vindouro ano, será comemorado o bi-centenário da Independência do Brasil.

Uma cena que antevejo ilustrada será o episódio relativo às chibatadas sofridas pela guarda portuguesa da Casa da Pólvora. Às claras, no dia consagrado a Santa Luzia de 1822 (13.12), encapuzados insurretos — nunca identificados —, desmoralizaram o “statu quo ante”.

Por outra banda, o aludido Centro Desportivo, ou melhor, parte dele, abrigará a sede do grupo de escoteiros Domingos Afonso Mafrense, desbravador do antigo Piauí.

Este equipamento público foi inaugurado no dia 24 de Janeiro de 1978, pelo Governador Dirceu Arcoverde, em homenagem à memória do médico e ex-prefeito local, atrás mencionado.

Havia estrutura para diversas práticas desportivas. Más gestões o deixaram se deteriorar. Foi mutilado com a construção de outros edifícios: a Unidade Escolar Desembargador Pedro Sá e Espaço Cidadania, que bem poderiam ter sido levantados em outros terrenos.

O que não se pode admitir é a nulidade, o abandono, daquele centro para o fim a que se destina. Poderíamos ter tido atletas de destaque egressos daquele centro, certamente.

Na sua caixa d’água foi pintado um painel concebido pelo Hostiano Machado, festejado artista plástico, com elementos que expressam aquela organização “de caráter educacional, voluntária e sem fins lucrativos, na qual os jovens têm a oportunidade de se desenvolverem socialmente de uma forma baseada em valores, respeito, amizade, fraternidade e no amor pela natureza”.

Há também a reprodução imagética de N. Sra. da Vitória, Padroeira de Oeiras e do Piauí. Melhor se fosse estampada a do patrono daquele resistente grupo de jovens criado nos anos setenta, o qual, dentre tantos membros fundadores, figura o conterrâneo Wellington Dias.

Aliás, fotografias de época mostram a participação do mencionado lobinho, que, para muitos, se tornou um lobo em pele de cordeiro.

 

 

 

Por Carlos Rubem

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