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Oeiras vive clima de insegurança com rotina de roubos e furtos

“Homem é preso acusado de furto de motos em Oeiras”, “Cinco pessoas são presas acusadas de três assaltos em Oeiras”, “Homem é espancado e tem celular roubado em Oeiras”. As frases citadas são manchetes recentes e cada dia mais comuns nos portais de notícias da cidade conhecida por ser pacata, mas que, nos últimos meses, virou cenário frequente de furtos a residências, arrombamentos e saques no comércio, roubo de motos, celulares e até assaltos à mão armada.

Oeiras vive uma rotina de medo e insegurança que tem deixado a população assustada. “O que predomina mesmo é o medo de que aconteça novamente, nos sentimos desprotegidos na nossa cidade e dentro da nossa própria casa”, desabafa a fisioterapeuta Juciara Teixeira, que teve sua casa furtada no início de julho.

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Segundo a vítima, os bandidos invadiram a residência na madrugada, após quebrar o vidro do basculante do banheiro. Levaram notebook, aparelhos de fisioterapia, celular e sua bolsa com documentos e alguns objetos pessoais. “Prestamos queixa, registramos um B.O[Boletim de Ocorrência], mas, até o momento não consegui recuperar nada. A sensação após o roubo é de muita raiva e revolta, principalmente por se tratar de objetos de trabalho, onde foi despendido muito esforço para comprá-los”, expõe a vítima, indignada.

O furto resultou num prejuízo material de cerca de R$ 2 mil, valor que, relata Juciara, se soma a uma constante sensação de insegurança. “Até hoje não conseguimos superar o trauma. Quando entramos em casa, a sensação é de que tem alguém lá dentro”, confessa.

Após o furto, a fisioterapeuta adotou algumas medidas de segurança para evitar que sua casa seja alvo de criminosos novamente. “Colocamos cadeados em todas as grades e portões e grade nos basculantes dos banheiros. Quando saímos ou quando dormimos, trancamos as portas de todos os cômodos. Não é a primeira vez que nossa casa é roubada, já levaram um botijão de gás que ficava no quintal e uma bolsa minha que estava dentro do carro estacionado na porta”, revela Juciara Teixeira.

“Furtos são comuns na região que eu moro”, comenta uma moradora do Anel Viário que não quer ser identificada. “Não tem nem dois meses que entraram em nossa casa, mexeram na bolsa da minha mãe, roubaram e deixaram tudo revirado”, narra ela, informando que o ladrão levou R$ 60 em dinheiro.

“Não demos queixa porque era um valor pequeno, mas minha tia que teve o celular roubado deu e conseguiu recuperá-lo”, acrescenta a moradora.

A mãe da jovem é dona de um mercadinho que já foi alvo de furto outras vezes. “Por causa disso, minha mãe mandou colocar grades nas janelas, para evitar mais roubos”, comenta a moradora.

Moto é alvo frequente

Em junho, o professor Cristiano Freydnni Araújo saía da escola onde trabalha, no centro da cidade, em direção à sua casa quando foi interceptado e rendido por assaltantes armados, próximo ao colégio Francisquinha Martins, no Bairro Canela. Os bandidos levaram sua moto, um relógio e uma pulseira. O furto e roubo de motocicletas é um dos mais frequentes em Oeiras.

Dias depois, a polícia de Floriano recuperou a moto, mas a sensação de insegurança ainda assalta o professor. “Na memória, a cena daquelas armas apontadas pra mim é horrível. Passar pela experiência de um assalto deixa marcas. No meu caso, por um lado, a felicidade por não ter sofrido nada grave e por ter, algum tempo depois, recuperado a minha moto. Por outro, as lembranças e o medo que ficam”, comenta Cristiano Freydnni.

“Sempre via notícias de casos de assalto à mão armada, mas não esperava sentir o gosto da vulnerabilidade que tomou conta da nossa cidade. Hoje eu ando com um pouco mais de cautela. Tenho cuidado ao entrar em casa, vejo se há alguém na rua, procuro andar mais rápido se vem algum veiculo atrás de mim. Então, eu não diria que o fato de ter sido assaltado mudou a minha rotina, mas me tornou uma pessoa bem mais precavida, mais atenta, mais cuidadosa”, narra o professor.

Segundo o delegado Paulo César de Morais, os roubos de motos feitos nos últimos meses estão ligados a bandidos das cidades de Nazaré do Piauí e Floriano. “Os daqui não roubam, eles furtam. Roubo é [gente] de fora”, deduz o delegado, detalhando dados de investigações feitas pela polícia.delega

No final de setembro, um rapaz foi abordado por bandidos, próximo ao açude Salinas e também teve a moto roubada.

“Os autores dos furtos [de motos] que aconteceram do final do ano passado até o carnaval deste ano foram presos. Até a Semana Santa não teve mais roubo. Diminuiu muito”, comenta o delegado, acrescentando que na penúltima semana de setembro foram registrados apenas dois furtos de motocicleta na cidade, sendo que num dos casos o ladrão foi identificado, preso e a moto recuperada em Colônia do Piauí. “Os daqui a gente recupera”, pondera.

Menor de 13 anos é apontado pela polícia como “maior ladrão de Oeiras”

Sobre os furtos a residências, a polícia acredita que a maioria deles venham sendo realizados por um menor de 13 anos de idade. “Esse é o maior ladrão de Oeiras atualmente. Dificilmente um furto em casa não é feito por ele”, comenta Paulo César, acrescentando que acabara de recuperar um aparelho home theater furtado pelo menor.

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O delegado releva que muitas vítimas do menor nem registram boletim de ocorrência. “Quanto mais rápido a pessoa vier registrar o B.O, mais fácil recuperar [os bens furtados]. Temos um grande índice de recuperação. Agimos em cima de informações e precisamos que a vítima preste queixa”, alerta o delegado.

Paulo César comenta ainda que o menor é usuário de drogas e faz os furtos para alimentar os vícios. “Esses furtos pequenos são para alimentar o consumo e o tráfico de drogas”, acredita o delegado regional de Oeiras.

 

Por Jadson Osório

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