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Por que os hospitais do coronavírus de Teresina estão vazios?

A Fundação Getúlio Vargas anunciou que o pico da pandemia do coronavírus no Piauí talvez só seja no mês de setembro, adiando ainda mais a volta da normalidade da vida dos piauienses, que já dura três meses e ainda não há previsão de acabar.

O poder público local insiste nas medidas de isolamento social para evitar um colapso na saúde, que ainda não aconteceu, pelo contrário, os hospitais de campanha em Teresina estão praticamente vazios.

Por mais que digam que isso se deve às medidas de isolamento adotadas no Piauí, que não passa de uma hipocrisia, pois todo mundo sabe que o movimento nas ruas já voltou praticamente a sua normalidade. O comércio funciona de forma quase clandestina e o velho ‘jeitinho brasileiro’ tem conseguido burlar os decretos. Isso sem contar com as festas privadas e aglomerações que acontecem em todo o estado.

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O hospital de campanha do ginásio Verdão demorou a ficar pronto, foi caro, mas está subutilizado. Basta passar perto dele para perceber o clima de animosidade de um hospital que ainda não funciona como deveria.

“Se não tivessem esses novos leitos, teria um colapso, como em outros estados. Esses estados tiveram colapso porque não tiveram capacidade de atendimento”, disse o secretário estadual de Saúde Florentino Neto, numa entrevista em maio.

Após visita técnica do Tribunal de Contas de Piauí, foi constatado que 20 pacientes estão internados no local que opera com 50% da capacidade devido a ausência de alguns equipamentos e profissionais. O espaço é voltado para o atendimento de pacientes de baixa e média complexidade infectados pelo novo Coronavírus e possui 103 leitos, sendo 94 leitos clínicos e 09 de estabilização.

Cena parecida acontece no hospital de campanha Padre Balzi, no setor de esportes da Universidade Federal do Piauí. Movimento mesmo, só de quem está trabalhando lá.

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“Nós tivemos esgotamento do número de leitos em Teresina. Muita gente está na fila de espera. Seja por Covid-19, seja por outras lesões e doenças que acometem a população. Nós tivemos casos de pessoas acometidas de acidentes que não tiveram condições de serem operadas porque não tinha leito disponível para poder fazer essa cirurgia. Então é preciso a gente ter cautela”, disse o secretário de Governo de Teresina, Fernando Said, sobre a situação no último final de semana.

Fernando Said

Fernando Said

Outra prova da falta de interesse pelo caso é um hospital de campanha para apoio do HUT, construído ao lado do viaduto da avenida Miguel Rosa. Ele ainda está em construção, mas a impressão é que ainda está longe de ser terminado, pois até o movimento de trabalhadores no local é mínimo.

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O gestores reclamam dos índices de isolamento cada vez menores, numa pandemia histórica, em que pela primeira vez, pessoas saudáveis são colocadas de quarentena, paralisando completamente a economia e piorando a qualidade de vida das famílias.

Hospital de campanha ainda em construção

Parece que precisou uma pandemia mundial para os gestores locais se preocuparem com a saúde. Antes dela, aglomerações, filas, descaso, espera, mortes e revolta eram cenas comuns na saúde do Piauí, do nada, se anunciam mais e mais leitos, enquanto as pessoas com outras doenças padecem sem o atendimento necessário.

Hospital de campanha próximo ao viaduto da avenida Miguel Rosa ainda não faz atendimentos

Para o poder público é interessante que a pandemia se perpetue. Não é nem preciso se aprofundar no assunto, só falar em contratação de empresas sem licitação, já diz muita coisa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: 180 Graus

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