O prefeito de Oeiras, Zé Raimundo Sá (Progressistas), está acertado com os deputados Júlio César e Georgiano Neto para filiar o vice-prefeito Zé Alberto ao PSD. A filiação é estratégica. O vice deverá ser o nome lançado pelo atual gestor para disputar a prefeitura pelo grupo dos “bocas pretas”, como é chamado o clã político da família Sá.
No entanto, a tentativa de Zé Raimundo de levar o grupo para o PSD tem causado muito incômodo na família. O ex-deputado federal B. Sá, maior líder político do grupo, não está nada satisfeito com os entendimentos. A insatisfação foi revelada à coluna nesta quarta-feira (13) pelo filho dele, o deputado estadual Bessah Sá (Progressistas).
Bessah diz que respeita a decisão de Zé Raimundo de querer se aproximar de um partido da base do governo, mas afirma que o PSD não soma em nada ao tradicional grupo político dos “bocas pretas”. O grupo faz oposição ao governador Rafael Fonteles (PT).
“Eu tenho acompanhado distante a notícia de colocarem o candidato do nosso grupo político em Oeiras no PSD […] Tanto eu como meu pai já estamos decididos e continuaremos no Progressistas. Iremos apoiar o candidato que for apresentado, seja qual for a sigla partidária, mesmo entendendo que o PSD é um partido que não soma em nada ao nosso grupo, tendo em vista que tem lideranças do PSD de Oeiras que nem sequer votam no nosso candidato”, falou o deputado.
Bessah afirmou ainda que o senador Ciro Nogueira, o Progressistas e outros parlamentares do partido fizeram muito pela gestão em Oeiras e por isso a ele e o pai “têm obrigação” de serem fiéis. O deputado disse que Zé Raimundo tem o direito de conduzir a política do jeito que ele “achar mais conveniente”, mas deixa claro que a aproximação com o PSD não tem aval do núcleo duro dos “bocas pretas”.
“Eu, como deputado do Progressistas, representante de Oeiras, sou muito grato pelas ações que o Progressistas tem feito no nosso município através de recursos do senador Ciro Nogueira, da deputada Margarete, do deputado Átila. Eu me sinto na obrigação de ser fiel politicamente ao Progressistas no Piauí e em Oeiras. Ele [o prefeito] acha que o melhor é fazer com que o candidato seja mais próximo da base governista. Eu respeito essa decisão, mesmo não concordando. Ele tem o direito de conduzir a política da forma que ele achar mais conveniente, mas acho que deveríamos continuar no Progressistas. É onde eu e meu pai vamos nos manter”, disse.
Fonte: Lupa 1
