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Seca expulsa as abelhas do Semiárido piauiense

 

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Sr.Cosme: Comerciante de São Raimundo Nonato (Foto:Francisco Leal)

A seca no município de São Raimundo Nonato, a 517 quilômetros de Teresina, não destruiu apenas as plantações, acabou também com a produção de mel de abelha, principal produto de exportação da região. Sem chuva, as abelhas abandonaram as colmeias e migraram para outras regiões.

Em 2011, no período de janeiro a agosto, os apicultores de São Raimundo Nonato venderam para os Estados Unidos e Canadá US$ 2.219.653, o equivalente no câmbio atual a cerca de R$ 4,5 milhões. Este ano, as exportações de mel renderam, até agora, modestos US$ 103 mil – pouco mais de R$ 200 mil. A queda foi de 95,25%.

“Este ano não vi nenhum litro de mel”, garante Cosme Carneiro, o Galego das Peles, um dos grandes produtores de mel do município, dono de 160 colmeias todas desativadas. “O morador da minha propriedade tinha mais colmeias do que eu e também não conseguiu nada”.

Em períodos de inverno normal, o comerciante consegue produzir de 8 mil a 10 mil quilos de mel orgânico, com mercado garantido no exterior. “Quando tem inverno tem mel e todo mundo vive melhor”.

Galego das Peles explica que a seca impediu a floração das árvores e com isso as abelhas ficaram sem a matéria prima para a produção do mel. Nem os cajueiros floriram e com isso as abelhas migraram para o Maranhão. “Abelha é como a gente, quando o tempo tá ruim ela arriba”.

Tal como o sertanejo, tão logo volte a chover as abelhas retornarão às suas colmeias e novamente voltarão a produzir o mel. “Elas sabem o caminho de volta”, assegura o comerciante, que aposta em boas chuvas para o próximo inverno.

Erasmo da Silva Dias, outro comerciante do ramo do mel, confirma a crise. “O comércio do mel tá devagar. Se os cajueiros tivessem floridos as abelhas teriam ficado por aqui e a situação seria diferente, mas a seca acabou com tudo”.

Erasmo Dias, dono de 229 colmeias e que também compra mel dos pequenos apicultores, revela que este ano ainda conseguiu comprar 1,6 mil quilos de mel, bem abaixo dos 50 mil quilos que consegue vender em períodos de boas safras. “Este ano praticamente não tivemos flores nem mesmo nos marmeleiros e nas aroeiras”, concluiu.

CCOM

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