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“Temos que deixar de ser oeirenses apenas da boca pra fora, ser de maneira mais efetiva, e levantando a bandeira do patrimônio artístico e cultural” diz Júnior Vianna

 

Na Coluna de entrevistas dessa semana, conversamos com o Historiador e Professor Junior Vianna, natural de Oeiras, e referência para acadêmicos da área quando o assunto é a História da Velha capital. Ele falou sobre a importância da preservação do patrimônio histórico, dos novos acadêmicos da área, da importância de ser oeirense e muito mais.

Junior Viana

 

 

 

CONFIRA A ENTREVISTA:

 

 P.I : Quando foi que começou o seu interesse pela História de Oeiras?

 

Junior Vianna: Assim, eu fui criado no centro histórico. Os meus avós quando vinheram morar em Oeiras, principalmente os meus avós maternos, eles sempre moraram no centro histórico, então sempre fui envolvido or aquela atmosfera, daquele pedaço de chão. Então quando foi me dada a oportunidade do que eu queria como formação eu já era tomado por esse universo, então se tomássemos um ponto de partida de formação e de escolha para o curso, eu acredito que desde criança, principalmente pelo fato da minha família ser muito religiosa, então não tem como você dissociar a historia da cidade dos eventos religiosos, então ter compreender os eventos religiosos foi o que me fez ser tomado por essa historia da cidade, por suas tradições.

 

P.I : Como surgiu a ideia, a iniciativa de lançar o  livro Mosaico da Vila?

 

Junior Vianna:  Nunca foi pretensão minha lançar um livro, tipo, eu vou lançar um livro. Quando em 2007 eu fui para Teresina cursar Turismo, o qual eu deixei pelo meio do caminho pois minha paixão pelo curso de historia foi bem maior, uma maneira de me tornar mais próximo da cidade de Oeiras foi produzindo um blog, até por que  naquela época tava muito em alta os blogueiros, então eu copilava naquela página textos, poesias, imagens tudo o que remetia a cidade de Oeiras. Também era uma maneira de dividir com outros oeirenses informações que até então eu havia colhendo ao longo de estudos e pesquisas. Quando chegou em um determinado momento eu percebia que eu tinha muita coisa , muito mátria, em tenho ficou uma duvida cruel: Será que  eu lanço um livro juntando tudo, ou vou tentando separar por parte, e percebi que tinha muita crônica, e reúne 50 crônicas e deu um livro muito grosso. Eu fiquei preocupado por estamos em uma geração que a leitura não é o foco da galera, o pessoal não julga mais um livro pela capa mas pela espessura (risadas). Então, eu pensei : vou tentando reduzir, e deixar crônicas só sobre Oeiras. Deu aproximadamente 30 cônicas sobre Oeiras, eu divide em 3 partes, uma parte que é chamada de Citadinos, que é uma proposta que eu falo so sobre pessoas de Oeiras, uma outra que que é poesia Citadina que fala sobre essa atmosfera histórica e cultural da cidade, e outra que são velhas formas de viver o que faça sobre tradições. O resultado desse livro é de toda uma pesquisa de 7 anos copilado a um material impresso, e eu recorri aquele que eu considero o mais genial da nova geração de artista plástico da cidade que é o Evandro Veras, que projetou tanto a parte externa quanto a interna do meu livro.  Juntou-se as duas coisas a minha oeirensidade escrita e oeirensdidade de naquim de Evando Veras , não é desenho não é fotografia é uma nova técnica onde ele rabisca a cidade em uma oeirensidade toda dele.

 

P.I:   Você vê, atualmente, os acadêmicos com interesse na pesquisa sobre a historia oeirense?

 

Junior Vianna: Eu acho que hoje há um amadurecimento maior, os acadêmicos de historia,  tanto aqueles de Oeiras, Tanto aqueles que cursam em outras cidades. Hoje observamos uma interação maior dos acadêmicos no universo da pesquisa. Cotidianamente sempre tem algum aluno vindo me fazer alguma pergunta a respeito de algo sobre Oeiras, isso é muito interessante, por que uma cidade como Oeiras que já perdeu cerca de 60% do seu patrimônio arquitetônico, somente por meio dessa pesquisa realizada por essa nova geração e acadêmicos, e que podem levar para a futuras gerações que corriam riscos de serem apagados com o passar do tempo. O Patrimônio Histórico de Oeiras ele é completamente comprometido, eu falo issso totalmente por que até mesmo o que stão de pe estão comprometido, e os que stão de pe nõ são vitimas DA especulação imobiliária e sim da falta de elo mesmo. As famílias nunca se preocuparam em preservar esses patrimônios. Chegamos na segunda década do século XXI com um Patrimônio cansado, eu utilizo esse termo por que observamos que as famílias não priorizam a preservação patrimonial. Eu acredito que hoje os novos acadêmicos acabam sendo de muita presteza para o patrimônio histórico da cidade.

 

P.I:  Você é um referencial para os acadêmicos que estão as procura de informações sobre Oeiras. Você sente uma certa responsabilidade nisso?

 

Junior Vianna: Muito, eu não sei quando me tornei referencia, mas dizem que me tornei referencia. As vezes fico a me indagar: Será que eu sou essa referencia como dizem por ai?.  Mas enquanto não se prova ao contrario (risadas), por que eu acredito que tem muita gente que tem muito conhecimento, até por que eu tomei outras pessoas como referencia na minha formação como é o caso da professora Socorro Barros que é pra mim hoje uma das maiores referencias quando se trata de historia aqui na cidade, tanto quando assunto é Oeiras quanto o assunto é a historia de forma mais abrangente.  Eu sempre tento ter a delicadeza de receber qualquer acadêmicos passar aquilo que eu sei. Nunca foi do meu feitio guardar historias, Eu sempre abro os meus armários sempre entrego os meus livros, pois pra mim o conhecimento deve ser espalhado, principalmente quando se trata da historia de Oeiras nos já temos uma historia bastante fragilizada pela falta de informação e as poucos que existem eu acredito que elas não devem ficar presa, devem ser socializadas com quem realmente quer saber delas.

 

P.I:  Você poderia deixar uma mensagem para a população oeirense sobre a preservação do patrimônio histórico?

 

Junior Vianna: Nós moramos em uma cidade que compõemtodo um conjunto de cidades brasileiras, nos moramos na 12º cidade mais antiga do Brasil, Nesse universo e cidades Oeiras não é mais uma cidade, ela é a “A CIDADE”. Então quando você assume a oeirensidade não é só abrir a boca e dizer eu sou de Oeiras, eu moro na Capital da Fé. Você tem que validar esse sentimento na preservação dos patrimônio, dos rituais, na preservação do fazer históricos. Enquanto nós oeirenses acreditarmos que fazer historia é apenas um elemento de segunda categoria, estremos perdendo a nossa identidade.  O que nos faz diferente com relação a outras cidades no Brasil é sermos oeirenses, e esse sermos oeirenses é viver intensamente. Deixar uma mensagem para os oeirenses, é dizer para deixar de ser oeirenses apenas da boca pra fora, ser de maneira mais efetiva, e levantando a bandeira do patrimônio artístico e cultural.

 

 

 

 

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