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Teresina registra 3 casos de calazar em humanos

calazarFebre de longa duração, perda de peso, fraqueza, perda da força física e muscular, estes são sintomas que podem caracterizar a Leishmaniose Visceral, mais conhecida como calazar. Em Teresina, somente este ano, já foram notificados três casos da doença sem registro de óbito. Já em 2012, 77 casos da doença foram registrados em humanos, somando três mortes.

De acordo com a gerente de Zoonoses da Fundação Municipal de Saúde, Oriana Beserra Lima, a média mensal de incidência da doença é de 78 resultados positivos para cada 600 exames de calazar realizados em cães em toda a cidade. A Gerência de Zoonoses da FMS realiza mensalmente relatório de atividades relacionadas ao calazar, por meio da coleta de amostras e exame de triagem e confirmação.

O inquérito de leishmaniose visceral pode ser realizado pelos agentes de endeminas em áreas da capital conforme a solicitação da população ou em casos nos quais o proprietário do animal não pode levar os animais até a Gerência de Zoonoses.

Atualmente, a FMS está realizando pesquisa nas áreas em que já ocorreram a incidência da doença em humanos por meio de bloqueio manejamental e borrifação nas residências. De acordo com a gerente de Zoonoses, ainda existe resistência da população nos casos em que é necessário aplicar o inseticida nos domicílios

“Os agentes de endemias ainda encontram resistência dos proprietários das residências,  uma vez que, para que as nossas equipes possam realizar a borrifação, devem seguir normas técnicas definidas pelo Ministério da Saúde. Os moradores, devem esvaziar suas residências para que o inseticida seja aplicado e, após a borrifação, as casas devem sem lavadas, para que não ocorra riscos às pessoas que irão transitar no local.”, afirma Oriana Beserra Lima.

Oriana Beserra Lima ainda orienta que os proprietários de animais tomem os devidos cuidados, uma vez que a prevenção ainda é a melhor solução para casos como este. “A vacinação, coleiras e inseticidas são itens de prevenção que os donos devem ter com os seus animais”, encerra a gerente de Zoonoses da FMS.

Diagnóstico humano

O tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde para humanos é realizado por meio de protocolo médico, medicação com fotericia D nos casos graves, sendo o paciente internado. Já para os animais, o procedimento recomendado pelo Ministério da Saúde é a eutanásia. A jornalista Marília Lustosa é uma das defensoras do tratamento para animais com calazar.

Há cerca de um ano, ela adotou Verão, um cão que é portador da doença e, desde então, ela tem tomado os cuidados com o animal. “Hoje, o ‘Verão’ é um animal ativo e todos consideram ele um membro da família. Como cuidados de prevenção, ele usa coleira, é vacinado periodicamente e também uso repelentes na casa para evitar que proliferação do mosquito.

Hoje em dia, o mesmo cuidado que temos para acabar com o mosquito da dengue, também devemos ter com o mosquito transmissor do calazar”, disse.

Eutanásia em cães

De acordo com a diretora da Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa), Roseli Klein, o Brasil é o único país no mundo em que o tratamento para animais com calazar é a eutanásia.

“Em todos os outros países existe tratamento clínico. A eutanásia só é indicada em casos que causem mal estar ao animal ou que não tenham cura. No Brasil, os veterinários não podem tratar os animais com medicamentos humanos, de acordo com portaria interministerial do Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura e Pecuária. No Estado do Mato Grosso do Sul, o TRF suspendeu a Portaria e os veterinários já podem realizar o tratamento”.

A diretora da Apipa ainda ressalta que uma Comissão formada por representantes da Associação Nacional de Proteção ao Animal terá sessão com o ministro Joaquim Barbosa para tratar da extensão da possibilidade de tratamento clínico dos animais com calazar.

Pesquisa

Simone Mousinho, Professora da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), desenvolve pesquisa com Células T Reg com a finalidade de avaliar a participação destas células na infecção por leishmania em cães. Para a professora, “os resultados desta pesquisa impulsionarão outros estudos, principalmente com o intuito de contribuir para a descoberta e produção de medicamentos que proporcionem tratamento do calazar”.

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