As obras da ferrovia Transnordestina, que integra o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), devem permanecer em ritmo lento. Nesta terça-feira, dia 6, cerca de 3.500 trabalhadores da obras decidiram cruzar os braços. Na pauta de reivindicações dos profissionais que trabalham nas obras da ferrovia federal estão, entre outras, o pagamento de participação nos lucros, plano de saúde para todos, horas extras pagas e aumento de auxílio alimentação.
O trecho piauiense é um investimento de R$ 1,5 bilhão, em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de um total de R$ 5,4 bilhões dos 1.728 km que ligam os Estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. Os trabalhadores que decidiram parar por tempo indeterminado estão no canteiro da Construtora Odebrecht, no município de Paulistana, região sul do Estado.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas e Pavimentação (Sintepav-PI), existe a previsão de uma reunião até esta quinta-feira (8) no Ministério de Trabalho que pode definir o retorno aos trabalhos ou a manutenção da paralisação, segundo o Sintepav. “Nosso acordo coletivo venceu no fim de outubro a até agora não recebemos nenhuma proposta de ajuste salarial por parte da companhia”, afirmou Francisco Evandro Pinheiro, representante da entidade.
Além da paralisação no Piauí, a Transnordestina também está sofre com o andamento em Pernambuco, estado em que houve parada por conta do descumprimento de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), de acordo com o Sintepav. A situação também se repete no Ceará, onde os trabalhadores também estão parados. “A insatisfação é geral com as últimas decisões da empresa, principalmente, devido à ausência de respostas. Por conta disso, muitos dos funcionários piauienses já pediram demissão. O adicional de 80 horas semestrais por produtividade é a nossa principal insatisfação”, enfatiza Edivan Feitosa, representante da sede de Paulistana do Sintepav.
Segundo informações do governo, as desapropriações dos terrenos ribeirinhos à ferrovia estão em estágio avançado. O governo do Piauí já emitiu posse de mais de 80% dos terrenos e mantém uma equipe para auxiliar nas desapropriações. A construção da Transnordestina, nos quatro lotes que estão em obras, gera mais de 2 mil empregos. As quatro frentes de trabalho, do total de sete lotes, passam por 20 municípios piauienses, ligando a região do cerrado ao semiárido, e aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco.
A Transnordestina começou a ser construída em junho de 2006. A previsão inicial era de conclusão em 2010. O projeto prevê 1.728 quilômetros de extensão e a nova previsão de término das obras é no final de 2014.
Portal O DIA