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“Um dos principais problemas, no meu trabalho como radialista, é a ausência de vida social” diz Josafá Torres

 

O radialista Josafá Torres apresenta o programa campeão de audiência do rádio oeirense, o Plantão Policial, através da Rádio Primeira Capital. Ele é o nosso entrevistado dessa quarta-feira na Coluna de Entrevistas do Portal Integração. Durante o bate-papo, Josafá falou sobre o inicio da sua atividade como radialista, as limitações que o mesmo tem por causa da sua profissão, além de ressaltar a necessidade de mudança da mentalidade dos oeirenes.

 

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ENTREVISTA: 

 

Quando  começou sua paixão pelo rádio?

Comecei em 1988 quando fiz um teste,  só tinha 17 anos, passei no teste , eram 53 concorrentes. Eu não ia nem fazer o teste. Fui acompanhando o Vicente Edmo, e no final pedi para que eu fizesse, coincidentemente passei em primeiro lugar.

Em 88/89 fui chamado para integrar a grade de programação da rádio Primeira Capital, onde, não sei  se sou bom de mais que não deixam eu sair, ou se sou ruim demais para as outras me contratarem (risadas), e  estou la até hoje.

 

Como surgiu a ideia do Plantão Policial?

Ele surgiu quando o então delegado da cidade, Capitão Josué, meu amigo, pediu para que criássemos uma coisa nesse sentido. Graças a Deus eu idealizei, chamei os proprietários da rádio para expor a ideia, eu já tinha um programa gravado,  o segundo e o terceiro eu mostrei pro pessoal . Infelizmente,  eu disse esse programa não ia dar certo, por que aqui ninguém mata ninguém (risada), eu até disse que o que dava audiência era briga de vizinho, é roubo de galinha, essas coisinhas menores, e não um homicídio que só tem aquela repercussão naquele momento. Então pedi um horário de meio dia e não me deram também. Ai me disseram “Olha tem um horário de manhazinha, se você quiser”. Naquela época não tinha um programa informativo pela manha aqui na cidade. Deus escreve certo com linhas tortas e foi um presente que me deram, e estamos ai há 14 anos, com maior audiência, ganhamos o premio todo ano de melhor programa, melhor radialista. Faço questão de ressaltar que temos uma equipe muito boa, o Fábio Costa  que me ajuda bastante, a gente já se conhece pelo olhar, e graças a Deus está dando certo.

 

Seu programa é muito popular e trata de temas polêmicos. Você alguma vez já teve algum problema durante esses anos de rádio por ter falado algo?

 Um dos principais problemas é a ausência de vida social. Não posso sair a noite, por que as vezes em algum lugar jogam piadas, as pessoas distorcem muito a questão partidária. Já tive ameaças de morte, processos. Mas, isso serve de escada para que a gente possa subir e saber aproveitar e filtrar tudo de ruim e colher as coisas boas.  Mas o pior de tudo, o que eu acho, é a falta de vida social, que não posso siar a noite, não posso dar uma volta, mas foi pelo o que eu optei e tenho que pagar algo por isso. Hoje, de 10 anos pra cá, minha rotina é dormir as 8:30 da noite (risadas).

 

Você alguma vez já pensou em parar com o Plantão Policial?

Ai eu vou viver de que né? (risadas).  Eu não seu fazer outra coisa na vida. Rádio é uma paixão é um vicio, eu nasci pra fazer isso, Deus me deu um dom, e graças a ele eu estou sabendo aproveitar isso, eu não sei fazer outra coisa, e de la que eu como, que eu visto, que eu dou a qualidade de vida que minha família tem, que eu também, principalmente, através desse programa ajudar as pessoas como intermediário, e eu não me vejo na vida fazendo outra coisa a não ser rádio.

 

Como profissional da comunicação,  “defensor dos direitos do cidadão”, qual sua visão sobre as necessidades  de Oeiras?

Aqui está faltando uma reação por parte do povo, não esperar  unicamente por politico, “Meu partido estar no poder e então eu serei beneficiado”, temos que acabar com esse pensamento. É preciso haver uma reação, estudar, pois só através da educação a gente pode resolver muitos problemas que tem ai. O povo de Oeiras é muito bom e inteligente, e gosta do que presta. Como dizia Ariano Suassuna, ele é contra a tese de que cachorro gosta de osso. Não. Ele não gosta de osso, é por que as pessoas comem a carne e jogam o osso, então ele vai preferir o osso. De filé e de o osso pra ver o que ele  vai preferir. Se der coisa boa, se aparecer coisas positivas pro povo de Oeiras, obviamente ele vai querer o melhor. Então, tem que haver  essa reação, por parte da proporia comunidade em se valorizar, escolher bem seus representantes, saber diferenciar o certo do errado, por que as vezes as pessoas se levam muita pela emoção. Nós vivemos em uma cidade que não desce nunca do palanque, eleição aqui não acaba nunca. Como profissionais de rádio sofremos até um tipo de retaliação, e não pode ser assim, você tem que ter o livre arbítrio, você tem que pensar por você e não influenciado pelos outros. Eu espero que essa mudança de mentalidade das pessoas possa acontecer e que ela venha o mais rápido possível.

 

 

 

 

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