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Vaza áudio do prefeito Dr. Francisco Eudes em suposta compra de votos

O prefeito de Isaias Coelho, Francisco Eudes Castelo Branco (PP), mais conhecido como Dr. Eudes é acusado de ter cometido crimes eleitorais, com a compra de voto nas eleições municipais de 2020.  O caso foi denunciado na justiça eleitoral de Itainópolis.

Segundo a Lei 9.504, constitui compra de votos “a doação, o oferecimento, a promessa, ou a entrega, pelo candidato, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, de bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição”.

De acordo com informações o gestor teria “negociado” o voto do senhor Everaldo Rocha Lopes, mais conhecido como Bené, e de seus familiares, coagindo-o em troca do pagamento de um advogado para defendê-lo em uma ação penal na qual foi julgado improcedente o pedido feito pelo Ministério Público Estadual, com a consequente absolvição da testemunha.

Entenda o caso

Em 2017, o senhor Bené foi denunciado pelo Ministério Público. Sem ter condições financeiras até para comer, ele na época pediu ajuda ao prefeito, Dr. Eudes para conseguir um advogado.

A advogada Bruna Maria da Silva Morais, que é procuradora do município assumiu a defesa de Bené, mas sem um contrato formal, e de forma gratuita, e conseguiu a absolvição do réu, mas o MP interpôs apelação.

Nesse segundo momento do processo, o acusado foi chamado à sede da prefeitura para desta vez formalizar um contrato de assessoria jurídica, com a cobrança de honorários no valor de R$ 5.700,00 (cinco mil e setecentos reais), dividido em 05 parcelas de R$ 1.140,00 (mil cento e quarenta reais), que foi assinado no dia 14 de setembro de 2020, dois meses antes das eleições.

Sabendo que o senhor Bené não tinha condições de arcar com as custas do processo, ele foi chamado para “negociar” o preço da defesa, que seria o apoio político.

No áudio o prefeito Dr. Eudes, acompanhado da irmã, Maria do Espírito Santo Castelo Branco Nunes, que é atual secretária de Assistência Social do município de Isaias Coelho, tentam convencer que Bené fique tranquilo, pois ficando do lado de Dr. Eudes, ele assumiria a questão financeira do caso.

“Então, você fique tranquilo, você ficando com a gente, eu assumo essa questão aqui com ela, quem vai assumir sou eu, não é pago pela prefeitura não. É eu que vou pagar”, diz trecho da fala de Dr. Eudes (PP).

O que chama mais atenção no áudio é a forma como o diálogo segue, com uma espécie de coação por parte do prefeito, após o acordo pedindo para que registrem uma foto, pois já estavam na última semana da eleição e precisava ficar claro para o adversário que a causa já estava resolvida.

“Pedir uma coisa porque você sabe, já estamos na última semana da eleição, a gente vai fazer um registro fotográfico pra poder o adversário dizer assim, ah eu também não vou mais ficar em cima, que eu sei que eles não tão votando em mim, né”, disse Dr. Eudes.

Utilizar da falta de instrução de uma pessoa, para em troca obter vantagens através de apoio político, além de crime, é desumano. Através do áudio é possível ver a forma como os envolvidos fazem afirmações com a intenção de amedrontar a testemunha, informando que a advogada terá que se deslocar com passagens de avião para Brasília, que terá um custo alto. Maria do Espírito Santo ainda argumenta que responde a processo, afirmando não ser do tamanho do caso de Bené, lembrando que ela foi cassada pelo mesmo crime que o irmão está sendo acusado.

Crime de compra de votos é recorrente na família

A irmã do prefeito, Maria do Espírito Santo, foi cassada pela Justiça, em 2012 restando menos de um mês para o fim do mandato. Na época, o Ministério Público denunciou que a prefeita eleita, dois dias antes do pleito suplementar em 2010, estava em um carro com outras duas pessoas, com o objetivo de comprar votos na zona rural de Isaías Coelho. No veículo, mais de R$ 3 mil estariam escondidos debaixo de carpetes, tapetes e bancos, além de uma relação de supostos eleitores.

Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra Dr. Eudes

A juíza eleitoral da 57ª zona determinou que fosse realizada audiência para ouvir os envolvidos no escândalo da compra de votos, mas os acusados entraram com uma liminar para suspender audiência que estava marcada para o dia 08.06.2021, alegando que não foi realizada perícia no celular.

A Aije foi iniciada no prazo estabelecido com a robustez das provas e a testemunha interessada em depor para esclarecer os fatos, mas de forma intrigante o processo parou e não segue seu curso.

O que a população de Isaias Coelho espera é uma ação que julgue os culpados e devolva a tranquilidade política do município.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Portal R10

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