O temporal que caiu na noite de ontem (10) no Piauí aumentou ainda mais o medo de rompimento da Barragem do Bezerro, em José de Freitas. Escolas viraram verdadeiros alojamentos. No Centro de Atenção Integrado (Caic) há mais de 100 pessoas que necessitam de alimentos, roupas e colchões.
“É muito difícil deixar nosso lar, nossos objetos, as coisas que a gente cria sem saber se quando voltarmos vamos encontrar tudo lá”, lamenta Conceição dos Santos, que está alojada em uma escola com seus três filhos.
Manoel de Messias, que mora na comunidade Malha de Fora, lamenta a situação, mas diz que o importante é estar vivo.
“Estamos muito tristes, mas o importante é a vida da gente. Algumas pessoas ficaram lá, não quiseram vir. Nunca imaginei passar por isso”, disse Messias que também está abrigado no Caic.
Assistência aos desabrigados
Fátima Pinto, secretária municipal de Assistência Social, reforça o pedido de ajuda aos desabrigados. .
Fátima Pinto, secretária municipal de Assistência Social
“Precisamos de colchões, kits de limpeza, alimentos. Até o momento está sob controle, mas a gente não sabe até quando eles vão ficar por aqui”, pede a secretária.
Nível de água na barragem
Mauro Torres, secretário municipal de infraestrutura, diz que os esforços estão concentrados para diminuir o nível d’água do açude.
“Com isso conseguimos diminuir a pressão da água no paredão. A rachadura se mantém estável e mesmo com as chuvas temos conseguido diminuir o nível de água. Até ontem, tínhamos baixado em torno de 28 cm”, explica Torres.
O gestor municipal diz que ainda não há previsão para que as famílias retornem para suas casas. “Não podemos atestar 100% que não haverá rompimento”, resumiu Torres.
Fake news
O secretário criticou fake news que circulam a respeito da ruptura do açude, bem como a interdição de vias de acesso. Segundo Mauro Torres, apenas uma alça do rodoanel ficou intrafegável por cerca de duas horas.
“Essas informações têm prejudicado bastante. A todo momento, a gente tem que largar o que estamos fazendo para desmentir informações falsas. Pedimos para que as pessoas parem de fazer isso”, conclama o secretário.
Fonte:Cidadeverde