O mês de novembro começou chuvoso em Oeiras e em muitas cidades do Piauí, com esse tempo um pouco mais frio não somos só nós humanos que procuramos ficar mais abrigados num lugar quentinho.  Neste período você já topou com uma aranha tarântula ou um escorpião em casa? Esse fenômeno é natural e a bióloga Shirlley Souza explica.

De acordo com ela os animais mais comuns de dar as boas vindas neste período são escorpiões, aranhas, lacraias e até mesmo serpentes porque a natureza deles é buscar abrigo em locais, como, debaixo de pedras ou entulhos. No período chuvoso estes animais chegam até as residências procurando espaços que possam oferecer abrigo e proteção.

Portanto, livros empilhados, caixas amontoadas, entulhos e até calçados são ambientes atrativos, lugares escuros também são ótimos abrigos. É importante ficar atento para evitar o acúmulo desses materiais.  Outro motivo para o aparecimento é a busca de alimentos. “Principalmente quem mora na zona rural, durante o período chuvoso há uma proliferação maior de insetos e esses insetos fazem parte da cadeia alimentar desses outros animais que já citei, então eles vêm à procura desses insetos e os encontram nas residências”.

Sobre os cuidados em casa para evitar essas visitas nada comuns, Shirlley menciona que devemos manter os espaços arejados, limpos, organizados e bem amplos sem acúmulos de entulhos ou quaisquer outros tipos de materiais. Outro ponto é manter os quintais limpos, evitando lixo empilhado ou restos de materiais como, madeira ou pedras.

Entulhos como este devem ser evitados- Google imagens

Para quem tem crianças em casa a atenção é redobrada, além dos cuidados anteriormente citados, a bióloga acrescenta que é importante deixar as crianças brincarem em locais limpos e arejados, mantê-las calçadas e verificar calçados fechados antes de usar porque pode haver algum animal dentro. Só em 2020 a Vigilância Epidemiológica registrou 1.818 acidentes com animais peçonhentos.

Caso o pior aconteça e alguém seja picado ou mordido deve-se lavar o local com água e sabão neutro e encaminhar a pessoa imediatamente ao hospital para que sejam feitos os procedimentos necessários. Não devemos aplicar remédios por conta própria ou recorrer a benzedeiras ou rezadores (mesmo sabendo que faz parte da crença de algumas pessoas) nem fazer curativos no local que abafe ou aperte o ferimento, o melhor a se fazer é procurar ajuda médica.

O Ministério da Saúde elenca o que deve ser feito em caso de acidentes com animais peçonhentos:

1. Procure atendimento médico imediatamente.
2. Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.
3. Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão (exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro.
4. Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.
5. Não amarre (torniquete) o membro acometido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substancia (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada.
6. Especificamente em casos de acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente, para alívio da dor inicial, use compressas geladas de água do mar (ou pacotes fechados de gelo – “cold packs” – envoltos em panos, se disponível). A remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina. Procure assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar.
7. Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.

Pense num susto

“A experiência foi, antes de tudo, assustadora. Estava dando aula remota, como de costume, quando aconteceu. Eu percebi uma sombra, uma movimentação, mas como tenho gato e cachorro em casa achei que era um deles, já que eles sempre ficam perto de mim, embaixo da mesa. Mas, para a surpresa, quando olhei vi a aranha correndo para o canto da parede. Minha única reação foi dizer alto que era uma aranha gigante para o meu marido ir me ajudar. Eu olhei de novo e tive certeza que era gigante”.

O relato é da jornalista e professora Ruthy Costa que foi surpreendida por uma aranha do tipo tarântula em sua residência na cidade de Picos enquanto ministrava uma aula. A professora estava concentrada durante sua aula online quando percebeu a presença do animal, a reação foi de muito susto e certo desespero, Ruthy precisou interromper a aula e pedir ajuda ao marido. Todo acontecimento foi registrado pela câmera do computador da professora.

Aranha encontrada na casa da professora Rutthy Costa- Arquivo pessoal

A tarântula apesar de possuir uma aparência não muito agradável não é perigosa, pois seu veneno não é nocivo para nós, os pelos da aranha produzem uma substância que pode provocar alergias em nossa pele mas não chega a oferecer altos riscos para nossa saúde.

Por Sheron Weide