Os servidores da Superintendência da Tecnologia da Informação (STI) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgaram carta aberta à comunidade, compartilhando a situação em que se encontra o setor e comunicando a paralisação de suas atividades, reforçando o movimento grevista dos técnico-administrativos em Educação (TAE), ainda que as pautas elencadas não estejam diretamente vinculadas. O documento foi divulgado na sexta-feira (26).
Apesar de ser um serviço fundamental para o funcionamento da instituição, os servidores alegam que os investimentos no setor só têm diminuído, enquanto as demandas só aumentam. Na carta, os servidores afirmam vários contratos de equipamentos e serviços chegaram ao fim, nos últimos anos, sem que novas contratações fossem feitas ou mesmo planejadas, mesmo diante dos esforços das coordenadorias em comunicar antecipadamente a necessidade e urgência de cada demanda.
O documento também cita o caso das falhas do serviço de Wi-fi, que se tornaram públicas quando a rede parou de funcionar por quase uma semana. Na ocasião, uma nota de esclarecimento foi publicada na página oficial da UFPI, “que não fora elaborada pelo corpo técnico da STI, explicitando mais uma vez o desrespeito à equipe.”
Além disso, os servidores afirmam a infraestrutura elétrica do prédio onde funciona a Superintendência é antiga e só no período dos últimos doze meses foram três panes elétricas, que desligaram toda a energia da STI. Em um dos casos, os fios elétricos estavam submersos em água, o que resultou em curto-circuito além de superaquecimento e o risco de incêndio. A fumaça se acumulava nos dutos e caixas de passagem da fiação, colocando em risco quem passava por perto.
No documento, os servidores propuseram oito condições e afirmaram que, enquanto não forem satisfeitas as condições mínimas exigidas, os serviços continuarão paralisados.
Confira as condições exigidas:
- A STI precisa ser tratada como estratégica, o que implica que o superintendente tenha assento nos conselhos;
- O superintendente, não deve ser uma pessoa completamente externa aos trabalhos da STI, baseado apenas em critérios políticos, pois isso resulta em morosidade, atrasos, falhas e, pior, perda do conhecimento acumulado. Preferencialmente, escolhido com a anuência da equipe da STI;
- Os coordenadores da STI devem ser, exclusivamente, Analistas ou Técnicos de TI lotados na STI, também escolhidos com a anuência da equipe;
- O orçamento da STI deve ser prioridade em relação a tudo quanto seja possível. É claro que entendemos que a disputa por orçamento é política e tem que ser discutida a cada tempo, mas é preciso sempre manter em mente a questão: “se a STI parar por falta de recursos, meu setor continuará funcionando?”
- Os planos estratégicos devem ser feitos com base na realidade do setor e da instituição. Devem ser seguidos com máximo rigor, pois não basta manter os esforços, quando se trata de TI. Não acreditamos que a participação das tecnologias nas nossas vidas deve diminuir, senão continuar aumentando vertiginosamente e precisamos de planejamentos que considerem isso como essencial;
- A relação das pós-graduações com o setor de TI deve se tornar orgânica. Acreditamos que a pesquisa pode ajudar muito a resolver problemas da nossa universidade, por isso defendemos que os setores administrativos devam estar em estreita ligação com a pós-graduação para unir esforços na construção da excelência em resultados de ambos os lados;
- A mudança da forma de gestão para uma gestão baseada em projetos;
- A reativação do Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e Comunicação e a implantação de todos os mecanismos de controle que se fazem necessários à continuidade dos serviços de TI (plano de continuidade, gestão de riscos, gestão de contingências, gestão da qualidade…).
Fonte: Piauí Hoje