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Sucesso na internet, Eduardo Jorge só recebeu R$ 300 em doações

Galeria-Eduardo_Jorge_no_Rio_Madeira_em_Roraima_abril_20141A descontraída participação de Eduardo Jorge (PV) nos debates entre os presidenciáveis na TV, em 26 de agosto e 1º de setembro, teve grande repercussão, especialmente na internet, rendendo inúmeras curtidas no Facebook e inúmeros memes – aquelas montagens bem-humoradas que circulam na web. Mas esse sucesso universo virtual não resultou num aumento das intenções de voto de Jorge, muito menos mais dinheiro em seu caixa de campanha.

O candidato, que continua com o mesmo 1% das intenções de voto de antes das aparições, recebeu só uma doação, de R$ 300, até o fim da semana passada, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros R$ 130 entraram desde então, informa a equipe de campanha.

Com isso, quase toda a receita declarada pela campanha dele até agora – de R$ 2,4 milhões – é oriunda do Fundo Partidário, custeado por recursos públicos.

A título de comparação, a candidatura de Luciana Genro (PSOL) – que tem vedado doações de empresas e também patina no 1% de intenções de votos – já obteve R$ 57.613. O valor equivale a 27% das receitas já declaradas por ela ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“A coordenação teve muita dificuldade para ajustar o mecanismo de doação junto ao Banco do Brasil, o que fez com que somente nas últimas semanas as pessoas que queiram doar consigam efetuar o depósito na conta da campanha”, justifica a equipe de Eduardo Jorge.

Um integrante do PV que pediu anonimato citou a exigência de identificação detalhada do doador como uma das dificuldades para o recebimento dos recursos. “A doação parece simples mas não é. Você precisa ter todas as informações do doador”, afirma.

Em nota, o Banco do Brasil diz que as exigências atendem à legislação sobre o tema.

Nos próximos dias, o PV iniciará uma campanha publicitária para pedir doações, segundo o integrante do partido. A ideia é explorar a exposição obtida com os debates – embora não se saiba bem o quanto ela, de fato, pode ajudar.

“Não se sabe o real poder de conversão de toda a interação que vem acontecendo em apoio real/doações”, alega a equipe de Eduardo Jorge. “O mais importante nas redes é a possibilidade de debate e troca de ideias, o que vem acontecendo intensamente.”

A perspectiva não causa preocupação, diz o integrante do PV.

“A campanha do Eduardo não vai passar de R$ 5 milhões [o teto de gastos declarado ao TSE é de R$ 90 milhões], e o recurso está assegurado. Será todo do fundo partidário”, afirma. “Se a arrecadação [de doações] der certo, ótimo.”

Marina levou grandes doadores para o PSB
O caixa de campanha presidencial do PV também está bem mais tímido do que em 2010, quando o partido tinha como cabeça de chapa a ex-senadora Marina Silva, hoje favorita a vencer a eleição num segundo turno com Dilma, de acordo Datafolha e Ibope.

Há quatro anos, nesta mesma época, o caixa de Marina tinha R$ 14,8 milhões em doações (em valores atualizados), com 60% do total oriundos de pessoas físicas.

Ao abandonar o PV, a ex-senadora acabou levando junto com ela alguns grandes doadores, como Guilherme Leal, membro do Conselho de Administração da Natura. Em 2010, o empresário deu R$ 15,1 milhões à campanha de Marina, de quem foi candidato a vice.

Neste ano, Leal já colocou R$ 400 mil no caixa de campanha do PSB, e nada deu à campanha presidencial do PV.

Fonte: IG

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