Acadêmicos da Universidade Estadual do Piauí – Campus Oeiras, ingressantes no curso de Licenciatura em Matemática em outubro de 2016, estão com o curso parado desde agosto de 2019 por falta de professores.

De acordo com informações de acadêmicos do curso de Matemática no dia 31 de agosto de 2019 venceu o contrato da última professora que também ocupava o cargo de coordenadora e que ainda estava com o contrato válido. A professora e coordenadora era professora substituta e desde que venceu o seu contrato a turma ingressante em 2016 está sem professores e com o curso parado.

“Ela era professora substituta e desde que venceu o seu contrato estamos sem professores. Iríamos começar a cursar o 7° Bloco, de 8, se não tivesse parado estaríamos formados há muito tempo, se não tivesse acontecido toda essa questão, questão de irresponsabilidade da administração superior e do governo do Estado. Somos 12 acadêmicos, todos na mesma situação, querendo terminar o curso, querendo realizar esse sonho, mas a cada dia se vendo mais distante”, disse Cleonice Bezerra, acadêmica do curso de Matemática

No ano de 2016 as aulas começariam em agosto, mas bem no início os alunos foram recebidos com uma greve, tendo o retorno das aulas somente em outubro do mesmo ano.

“Mesmo com a greve e sempre com a carência de professores, as disciplinas que não conseguíamos pagar em período regular, pagávamos na PEC, estávamos indo bem com essas dificuldades, mas estávamos conseguindo pagar nossas disciplinas, até chegar agosto de 2019”, pontuou a aluna.

No dia 31 de agosto de 2021 faz dois anos que os acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática do Campus Possidônio Queiroz estão com o curso parado.

Os alunos fazem um apelo para a Administração Superior da Uespi e para o Governo do Estado para que solucionem o problema, pois isso está causando um grande atraso na vida pessoal e profissional deles.

“Isso que o Governo do Estado e a Administração Superior da UESPI está fazendo com a gente é um ato de irresponsabilidade, e o que queremos é mostrar para a sociedade, relembrar a sociedade, relembrar os políticos, relembrar toda a comunidade do Vale do Canindé que estamos há dois anos sem professores”, disse Cleonice Bezerra.

Ainda com informações dos acadêmicos do curso de matemática, eles vão se matriculando em algumas disciplinas no Campus de Teresina, porque matemática na UESPI só tem em Teresina e Oeiras, sendo que em Oeiras como se sabe, o curso está parado há dois anos por falta de contratação de professores.

“Neste semestre, estamos matriculados em duas disciplinas, a gente consegue se matricular nos Campus Torquato Neto e Clóvis Moura, então a gente se matricula. Esse semestre estamos matriculados em duas disciplinas, mas só tem professor em uma, porque essa carência de professor de matemática na UESPI é em Oeiras e também na capital. Esse semestre os alunos estão pagando só uma disciplina e isso está acarretando em um atraso enorme na nossa vida acadêmica e na nossa vida profissional. Não falo só de mim, falo também em nome dos meus companheiros de turma, pois estamos todos passando por muita dificuldade, boa parte está em outras cidades, em sua cidade natal, porque não tem condição de ficar aqui, não conseguem emprego, esperando esse diploma e esse diploma não chega”, pontuou a aluna.

A acadêmica Cleonice Bezerra relatou ainda sobre a sua indignação com todo esse ato de falta de respeito e irresponsabilidade do Governo do Estado e da Administração Superior da UESPI para com os alunos do curso de Matemática de Oeiras. “Estou com um sentimento de incapacidade muito grande, vendo o meu sonho morrer, indignada com essa situação. Eu tenho um sonho de revolucionar na área da educação e esta situação que vivo hoje como Licencianda de Matemática na UESPI é uma afronta a este desejo. A educação é a chave para uma sociedade melhor, igualitária e inclusiva, o descaso com ela mostra a displicência do Governo com o futuro da nação”.