Estudantes da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), relatam que os aparelhos de tabletes disponibilizados pela instituição através do Auxílio Inclusão Digital para o início das aulas remotas, não são compatíveis com a plataforma utilizada para assistir as aulas e não possuem entrada para chips. Os estudantes alegam não terem rede wi-fi em casa e estarem impossibilitados de acompanharem as aulas.
Por meio de nota a Uespi informou que os 141 tablets disponibilizados aos discentes, contemplados no Edital DAEC/PREX/UESPI nº 17/2020, atendem as necessidades de acesso as plataformas adotadas pela universidade para o ensino remoto, Google ClassRoom e Google Meet.
Segundo os estudantes, os aparelhos não possuem entradas para chips e o android é de 4.4, não sendo possível instalar o aplicativo Google Meet uma das plataformas mais usadas para as aulas remotas. Além disso, eles relatam não terem acesso à internet.
A aluna do curso de história do Campus Alexandre Alves de Oliveira no município de Parnaíba foi contemplada com o Auxílio Inclusão Digital e relatou estar frustrada pois não conseguiu acesso para iniciar nessa quarta-feira (21) o Período Especial Curricular (PEC) 2020.3 na modalidade Ensino Remoto.
“Creio que seja uma questão dos outros estudantes que não têm acesso à internet em casa. Por não ter conectividade wi-fi. Desse modo, nós não podemos mesmo tendo o equipamento em mãos, ter acesso às aulas sem o acesso à internet. Nos deram os equipamentos, mas não o suporte necessário”, ressaltou a aluna.
Outra estudante do curso de biblioteconomia do Campus Poeta Torquato Neto em Teresina, também foi contemplada com o tablet, mas não conseguiu utilizar o equipamento.
“É desmotivante a forma como a instituição está lidando com isso, não se importa com os alunos. Não tenho acesso à internet wi-fi, deixei claro ao preencher os formulários do edital. Ontem se iniciaram as aulas remotas, não participei. Um tablet em mãos, mas sem internet. Qual o sentido? Me sinto triste e desanimada, é um descaso e desrespeito enorme e não há como expressar a indignação que sinto. A Uespi é realmente para todos?” Desabafou a estudante.
(*) Rafaela Leal é estagiária sob supervisão do jornalista Luiz Brandão
Fonte: Piauí Hoje