Chega a Oeiras nesta sexta-feira, 14, a imagem primitiva de Nossa Senhora da Vitória. Tida como primeira imagem católica do Piauí, a santa foi trazida a Oeiras no final do século XVII, vinda do litoral nordestino. “O ícone setecentista foi entronizado naquele momento em virtude da criação da primeira paróquia do Piauí, na então Vila da Mocha”, explica o professor e historiador, Júnior Vianna.
Levada para Teresina após ser vendida há mais de 40 anos, atualmente, a santa está em poder da família do já falecido, padre Leopoldo Portela, que exerceu sacerdócio em Oeiras. O regresso do ícone católico acontece na véspera da festa dedicada a Nossa Senhora da Vitória, padroeira da cidade e, desde 1997, proclamada padroeira do Piauí pelo Papa João Paulo II.
“Essa imagem é uma das principais referências simbólicas para a formação da sociedade oeirense, quiçá, piauiense. O retorno dela evidencia a valorização que se deve dar ao patrimônio material. Em Teresina, ela não passa de uma peça decorativa, já em Oeiras tem todo um significado, uma importância, visto que a mesma ilustra uma das paginas mais significativa de nossa história”, pontua Júnior Vianna, um dos provocadores da devolução da imagem à Matriz de Oeiras.
A chegada da imagem, programada para o final da tarde, promete ser bastante concorrida. Uma carreata, organizada pela Igreja Católica, deve sair do portal de entrada de Oeiras (sentido Picos) e percorrer as principais vias da cidade. Em seguida, está prevista a realização de uma missa para celebrar a data.
Considerando a importância histórica e cultural do acontecimento, o Conselho Estadual de Cultura deve realizar uma sessão extraordinária em Oeiras e marcar presença na cerimônia de entronização da imagem na Catedral da cidade.
Imagem primitiva é alvo de estudo
A imagem primitiva de Nossa Senhora da Vitória é tema do livro “A arte sacra na catedral de Oeiras”, da professora e artista plástica Clésia Reis. Segundo a estudiosa, a santa tem elementos do Barroco, na parte do planejamento, mas é uma imagem mista, mesclado o erudito e o popular.
A professora, que fez um estudo estilístico, formal e iconográfico da imagem, destaca que alguns aspectos, como a cabeça da santa, é considerada muito pequena em relação ao corpo. Além das cabeças dos querubins situados sob os pés da Virgem, que na imagem também são desproporcionais.
Por Jadson Osório