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Margaridas marcham em defesa da democracia‏

A Marcha das Margaridas iniciou a caminhada em direção à Esplanada dos Ministérios, a mobilização das trabalhadoras rurais saiu do Estádio Nacional Mané Garrincha e seguiu até o Congresso Nacional (José Cruz/Agência Brasil)

A 5ª edição da Marcha das Margaridas mobilizou cerca de 70 mil trabalhadoras do campo, das florestas e das águas de todas as regiões do país, que caminharam em um ato pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (12/8).

O objetivo da Marcha das Margaridas foi chamar a atenção para a luta pela reforma agrária, soberania alimentar, igualdade de direitos e o fim da violência contra a mulher. Neste ano, a organização incluiu na pauta a defesa da democracia, rechaçando as tentativas de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A Marcha das Margaridas iniciou a caminhada em direção à Esplanada dos Ministérios, a mobilização das trabalhadoras rurais saiu do Estádio Nacional Mané Garrincha e seguiu até o Congresso Nacional (José Cruz/Agência Brasil)

A Marcha das Margaridas iniciou a caminhada em direção à Esplanada dos Ministérios, a mobilização das trabalhadoras rurais saiu do Estádio Nacional Mané Garrincha e seguiu até o Congresso Nacional (José Cruz/Agência Brasil)

A senadora Regina Sousa (PT-PI) participou da abertura da Marcha nesta terça-feira, ao lado do presidente Lula. Trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas tomaram as ruas da capital federal para dialogar com o governo federal sobre suas reivindicações.

“A Marcha das Margaridas é o maior movimento de trabalhadoras da atualidade e se fortalece a cada ano. Este ano, a questão feminina ficou em segundo plano, pois a defesa da democracia assumiu papel de protagonista na luta dessas mulheres. Isso significa que os movimentos sociais estão atentos ao que está acontecendo no Brasil e não ficarão calados diante das tentativas de interrupção na democracia brasileira”, destacou a senadora Regina Sousa.

Na Sessão Solene do Congresso Nacional para homenagear as Margaridas, da qual a senadora Regina também foi signatária, o recado foi claro: “Não vai ter golpe. Não vai ter golpe no nosso País”, afirmou uma das coordenadoras da Marcha, Maria das Neves.

A sindicalista Carmen Foro manifestou a rejeição do movimento a vários projetos que tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados. Ela citou, entre outros, o projeto que criminaliza o aborto eugênico, mesmo no caso de anencéfalos, e o que “precariza as relações de trabalho” ao incentivar a terceirização de trabalhadores.

Também foi alvo de críticas de quase todos os oradores da sessão solene a Proposta de Emenda à Constituição, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos.

No encerramento da Marcha, que contou com a participação da presidenta Dilma Roussef e de vários ministros, as participantes da Marcha gritaram palavras de ordem de apoio a Dilma e contra o conservadorismo do Congresso Nacional.

“A Marcha superou nossas expectativas e dá o recado para o povo brasileiro de que a Marcha das Margaridas está nas ruas em defesa dos interesses de todos. Quando a gente defende a democracia, esse direito de estarmos nas ruas, de colocar nossa pauta na mesa do governo, do Parlamento, de sermos ouvidos, de construir as políticas juntos, é isso que a gente entende por democracia”, avaliou a secretária de mulheres da Contag e coordenadora da marcha, Alessandra Lunas.

Dilma garantiu às margaridas que seu governo só termina em 2018: “Nós margaridas, que geramos a vida, não permitiremos que ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas de nosso país”.

Marcha das Margaridas - crédito Neblina Orrico

História da Marcha

A Marcha das Margaridas é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e outras onze entidades parceiras.

O evento foi criado em homenagem a Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 por um latifundiário que se sentia ameaçado pela luta constante da ativista. Ela era presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande, na Paraíba, e morreu com um tiro de espingarda no dia 12 de agosto, aos 50 anos.

A marcha é considerada a maior manifestação atual pelos direitos das mulheres no mundo e em 2015 reuniu cerca de 70 mil ativistas entre o Estádio Mané Garrincha e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O movimento defende um modelo de desenvolvimento sustentável, democrático e com efetiva participação das mulheres. Também faz uma defesa da reforma agrária e de políticas públicas de respeito à diversidade.

Ascom

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