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“As pessoas estão ligadas muito nelas, é uma ditadura da imagem”, diz o escritor oeirense Jota Jota

A entrevista dessa semana é com o escritor oeirense Jota Jota Sousa, famoso na região por suas crônicas e poemas, ele nos contou quando começou sua paixão pela escrita e um pouco da sua produção, além de falar da situação cultural da região.

 

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Quando começou sua paixão pela escrita?

Quando eu despertei pra literatura era muito cedo, e nós temos que conta também com um pouco de sorte, na época em que eu tinha 10 a 11 anos de idade o acesso a livros era bem restrito, mas naquela e época e isso esta bem descrito no meu primeiro livro “Do outro lado da História”, quando eu  digo que minha paixão despertou quando li Manoel Bandeira pela primeira vez, o poema o bicho, aquilo ali me despertou, e por incrível que pareça eu procurei Bandeira para ler, eu i praticamente tudo de bandeira ira na adolescência,  e dai foi um trampolim para que despertasse para outros autores mais precisamente para o lado da poesia. Dai brotou naturalmente essa vontade de criar também alguma coisa, então fui escrevendo, escrevendo, escrevendo, e depois cheguei no estilo pelo qual eu me apaixonaria de vez que foi a crônica. Li Cronistas como Rubem Braga, Fernando Sabino, e as crônicas diárias que saiam nos jornais  eu comecei a ler e dai eu não parei de ler mais.

 

 

Você se lembra da primeira poesia ou crônica que escreveu?

Eu me lembro, mas devido a tantas indas e vindas e minha memoria guardou pouco desses poemas, ele até foi divulgado em São Paulo por um jornal chamado gazeta esportiva, eu só lembro que era um poema muito bonito chamado crise de identidade, Esse mesmo poema mereceu a menção em um concurso de poesias feito no Distrito Federal em uma revista chamado Brasília, e fui atrás da revista pra ver se conseguia reaver esse poema mas até agora não obtive sucesso.

 

Você já se arrependeu de algum texto que já escreveu ou publicou?

Arrependimento não,  o que eu senti certa vez foi de não ter demorado mais com a escrita em minha mão , por que  eu sou muito demorado, mas quando você escreve com prazo é um sofrimento, escrever já é um sofrimento, e eu tenho um texto meu que poderia ter me demorado mais com ele em minha mãos, pois quando você expõe e publica ele já não é mais seu.  Eu tenho somente essa espécie de pensamento, eu me repreendi muito, que eu poderia ter me demorado mais com ele, mas infelizmente eu divulguei, mas arrependimento não, poderia ter demorado mais com alguns textos, ter escrito mais , tirado algumas coisas. Existe alguns pontos que deveria ter verificado mais para produzir com maior qualidade.

 

Referente aos jovens, na sua opinião esta faltando mais leitura desses gêneros na nossa região?

Ta faltando muito, e isso faz com a gente sinta uma certa frustração, por que quando você vê pela televisão feiras literárias em Parati no Rio de janeiro repleto de jovens, você sente dentro da sua pessoa, por que que minha Oeiras não tem isso, por que não temos feiras literárias com um publico maciçamente de jovens, e nós temos uma parcela de culpas enquanto a isso, damos valor em Oeiras a coisas que são secundárias, e as prioritárias são renegadas a segundo plano. Por mim eu não apareceria em lugar nenhum, e sim minha poesia aparecia por mim, eu ficaria por satisfeito se a juventude em Oeiras conhece meus textos  e não a mim. Mas o que acontece, o cara faz uma coisa de nada e antes dessa coisinha chegar a juventude ele aparece primeiro, aparece rebolando, querendo fama, glória, as pessoas estão ligadas muito nelas, é uma ditadura da imagem.  Essa pergunta que você me fez agora deveria e chegado a todas as esferas.

 

Quais são os seus projetos para o futuro?

É uma outra coisa muito dolorida pra nós, sonha projetos, realizamos muito pouco desses projetos .  O artista e Oeiras é solitária e não só o escritor, mas de toda e qualquer arte,  a mentalidade dos que vem se revezando na cultura oeirense é muito limitada, eu não sei se por questões  financeiras, e eu não falo nessa gestão não eu falo de todas.  Oeiras vai melhorar  quando o prefeito, e não estou falando dessa gestão não, mas sim de todas as gestões, quando colocar essas secretarias com recursos próprios e confiar essas secretarias nas mão dessas pessoas, por que homens competentes nós temos, material humano competente nos temos.  Infelizmente eu não vejo outra saída a não ser por essa via, criar uma lei de incentivo uma cultura. Pois dessa maneira que esta ai nós não iremos há lugar algum.

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