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Como quebra dos bancos americanos SVB e Signature Bank pode afetar o Brasil

Neste fim de semana as atenções se voltaram para o mercado financeiro com a falência de dois bancos americanos em um intervalo de três dias.

Na sexta-feira (10/03), o Silicon Valley Bank foi tomado por controladores teve a falência decretada quando o banco se viu incapaz de devolver o dinheiro depositado após uma corrida de clientes para fazer saques.

No domingo, outro banco que estava prestes a entrar em colapso, o Signature Bank, também foi tomado por controladores.

O SVB era o 16º maior banco dos EUA e um dos principais bancos usados por empresas de tecnologia e startups, que floresceram nos EUA no chamado Vale do Silício.

Ele passou a ser controlado pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), um fundo semelhante ao Fundo Garantidor de Crédito brasileiro, ou seja, um seguro que garante o crédito dos clientes caso os bancos sejam incapazes de cumprir seus compromissos.

O Signature Bank, que atuava no setor de criptomoedas, também é garantido pelo FDIC e ficou sob o comando dos controladores de Nova York.

O FDIC garante até US$ 250 mil por cliente. No entanto, a maior parte dos ativos no SVB (cerca de 90%, segundo dados do banco de 2022) estavam acima desse valor, ou seja, não estavam cobertos pelo seguro.

No domingo, o FED (o banco central americano) e o Departamento do Tesouro dos EUA soltaram um comunicado em conjunto com o FDIC dizendo que as instituições governamentais devem assegurar integralmente os depósitos do SVB, incluindo os que estavam acima do limite do seguro, para “proteger a economia dos EUA” e fortalecer o setor bancário.

O governo americano agiu rapidamente para evitar tanto a quebra das empresas que tinham investimento no SVB quanto uma crise de confiança – que por sua vez poderia gerar uma corrida generalizada aos bancos e a uma crise sistêmica. No entanto, o mercado amanheceu apreensivo e os bancos europeus amanheceram em queda na segunda (13).

Entenda como a situação pode afetar o Brasil.

Empresas brasileiras tinham contas nos bancos?

 

No Brasil, diversas fintechs (serviços financeiros que fazem uso de novas tecnologias) se apressaram em emitir notas dizendo que não estão expostas ao banco, ou seja, não serão afetadas pela quebra do SVB.

Foi o caso do banco digital Nubank, que enviou comunicado aos acionistas dizendo que nem a empresa principal Nu Holdings nem as subsidiárias estão expostas à crise. O banco digital C6 Bank e a empresa de pagamentos PagSeguro também divulgaram comunicados afirmando que não estão expostos, ou seja, não serão afetados.

O veículo de notícias financeiras Bloomberg Linea afirmou que algumas startups brasileiras possuíam mais de US$ 10 milhões no banco.

As empresas – não só as brasileiras – puderam sacar os US$ 250 mil garantidos pelo FDIC nesta segunda, mas o pagamento do resto deve demorar mais algumas semanas e há o risco de perda de 10% a 20% dos valores.

Para o economista Luís Alberto de Paiva, diretor da Corporate Consulting, a quebra dos bancos deve aumentar a desconfiança de investidores.

“O Signature Bank atuava com criptomoedas, um setor que não tem tido um histórico bom no Brasil. [A quebra do banco] vai afastar ainda mais investidores para essa área”, diz ele.

 

Fonte: G1

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