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G1 destaca tradição dos Congos de Oeiras

Os Congos de Oeiras estão sendo destacados, através de uma reportagem do Portal G1,  como um grupo de  origem africana  que existe há mais de 200 anos na antiga Vila da Mocha.

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Foto: Portal integração

 

Leia a Reportagem do G1 na integra:

Dança de origem africana é mantida por homens há mais de 200 anos no PI

 

Uma tradição de origem africana e que existe há mais de 200 anos na antiga Vila da Mocha ainda é preservada pelos moradores do bairro Rosário, na cidade de Oeiras, região Sul do Piauí. A Dança dos Congos foi trazida pelos negros que vieram do Pará acompanhar o primeiro governador da Província, João Pereira Caldas, no século XVIII.

 

A manifestação folclórica é uma espécie de louvor à Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, santos pelos quais os escravos tinham grande devoção. No início a dança contava exclusivamente com mulheres, mas passou a ter participação masculina quando os homens, querendo fazer também a adoração, se disfarçavam com as roupas de suas senhoras e usavam maquiagens.

 

O coordenador do grupo, Flávio Antônio da Silva, conta que em 1942 a dança caiu no esquecimento, mas não se sabe o motivo. O retorno da manifestação cultural só aconteceu 36 anos depois, em 1978, quando o padre João de Deus reuniu pessoas que viviam no bairro do Rosário e montou a segunda geração dos Congos de Oeiras.

O grupo formado por 30 moradores costuma se apresentar na festa de Nossa Senhora do Rosário, realizada no dia 31 de outubro e ainda na festa de São Benedito em 6 de janeiro. Os integrantes usam saias rodadas e são embalados pelo ritmo afro-brasileiro marcado por instrumentos de percussão e cânticos, ora animados, ora dolentes como a Salve Rainha.

 

“É uma dança que surgiu no período imperial do Brasil, mas que diferente de sua origem o Congo de Oeiras tem o diferencial de ser a única feita apenas por homens, que se vestem de mulheres para adorar os santos. Outro detalhe importante dessa cultura é o fato de ser passada de pai para filho como uma herança que deve ser mantida através das gerações. Hoje temos o projeto do Conguinho, no qual as crianças aprendem a tradição desta manifestação folclórica e ao completar 14 anos podem ser incorporadas no grupo principal”, explicou.

 

A dança

Os versos iniciais do Congo de Oeiras pedem passagem aos brincantes, que através de sua dança e batuque fazem louvor aos santos negros. A manifestação conta a história de um rei que recebe a visita de um embaixador de outro país e o convence a fazer louvor à Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito.

 

A encenação abre com a entrada do rei, que ocupa o trono, seguido por seu ordenança, enquanto os demais integrantes chegam para formar duas filas, um de frente para o outro. As filas são compostas em média por seis personagens cada, com um estandarte à frente anunciando a dança.

 

“Cada personagem tem sua importância: o rei representa o cristão que defende a fé do seu povo; enquanto a ordenança assessora e protege a sua majestade; o secretário é quem transmite as ordens e mensagens do rei e o embaixador tem o papel de questionar a sua crença, após dialogar acaba se juntando ao grupo para louvar a Virgem do Rosário”, descreveu o coordenador.

 

Os cantos de louvor são acompanhados com maracás, tambores, pandeiros e guisos. Com o ritmo, os homens rodopiam para destacar as longas saias que usam e exibindo imagens dos santos. A indumentária dos dançadores é toda em cetim branco, com uma cinta branca e detalhes em vermelho e azul, finas fitas douradas e chapéus em forma de cone, com graciosos desenhos coloridos. O rei veste vermelho, com uma coroa amarelo-ouro, e o seu ordenança usa blusa azul, calça vermelha e uma espada ao lado.

 

 

 

 

 

 

 

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