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Crise força troca de escola particular pela pública no Piauí

Quando a técnica em enfermagem Walmira Vieira, 36 anos, perdeu o emprego em setembro do ano passado precisou conversar com o filho Elias Vieira, 7 anos, sobre uma mudança que aconteceria na vida do menino. Este ano, ele deixará de conviver com os amigos e professores que conheceu há quatro anos no colégio particular onde estudava em Teresina. Elias agora vai para uma escola pública.
A crise econômica, acompanhada do desemprego, inflação e do aumento de mensalidades na casa dos 10%, tem levado os pais a trocarem escolas particulares pelas públicas.
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A assistente social Rosângela da Costa Santos, 40 anos, fez a mesma mudança de Walmira. Seus dois filhos estudavam em colégio particular no Centro da capital. No meio do ano passado, seu marido perdeu o emprego e, após várias tentativas de conseguir outro, está tentando abrir o próprio negócio para tentar retomar o padrão de vida que tinha até junho de 2015. As mensalidades dos jovens, que chegavam a R$ 700, tiveram que ser cortadas do orçamento.
“As mensalidades eram  caras e levavam boa parte do salário do meu marido. Fora o que gastávamos com transporte, livros, fardamento, alimentação. Por enquanto, até que consigamos equilibrar as finanças, a situação terá que ser esta. Espero que meus filhos se adaptem à escola do estado mais perto de casa, aqui na zona Sul”, comentou Rosa.
Apesar da crise financeira ser um motivo bem negativo para a mudança dos alunos colégio particular para a rede pública, existe um ponto positivo nessa história que não pode ser ignorado. Muitas vezes, é na escola pública que eles encontram um ambiente com maior diversidade e isso é fundamental para o desenvolvimento de cada um.
Fátima Carvalho, diretora da Unidade Escolar Estado de São Paulo, a escola estadual mais procurada durante as matrículas deste ano, conta que a busca por vagas de pais que tinham filhos matriculados em escolas privadas aumentaram em torno de 20% este ano. “São incontáveis os alunos que vêm de escolas particulares tanto do Parque Piauí como de outros bairros mais distantes. E os alunos quando chegam à nossa escola não sentem muita diferença porque investimos muito no ensino e contamos com diversos projetos. Só ano passado foram mais de 80 alunos provados no vestibular”, comentou.
Os exemplos reforçam um dos comportamentos identificados por pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria, quando 13% dos entrevistados informaram ter transferido o filho de escola privada para pública, entre junho de 2014 e junho de 2015, em razão de problemas financeiros. Há dois anos, este percentual era de apenas 4%.
Escolas mais baratas
Os pais também têm buscado por escolas mais baratas para cortar os gastos. A escola do filho do contabilista Paulo Roberto de Almeida aumentou a mensalidade em mais R$ 150. Desta forma, Paulo preferiu colocar João Paulo em um colégio mais adequado às realidades da família.
“Tudo aumentou no Piauí, mas o nosso salário não cresce no mesmo ritmo e proporção. Não foi só a escola do João que teve que ser revista, mas cortamos tudo em casa. Viagens, refeições fora, passeios, compras. Ao mudar ele de escola, eu analisei primeiro se a educação dele não seria prejudicada. Felizmente, ele vai continuar estudando num bom colégio, só um pouco barato”, comentou.
Fonte: Jornal Diário do Povo
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