Por Carlos Rubem
Oeiras, ao longo do seu tricentenário, já experimentou infestações de falsas notícias que ainda habitam o imaginário coletivo. A cidade é marcada por tradição, fé e fuxico. Vejamos a seguir:
Na época do Visconde da Parnaíba, há quase 200 anos, foram editados pasquins sediciosos que o apontavam como autor intelectual do assassinato do Padre Manoel Quintino, havido na Rua Fogo.
A vítima era Deputado Provincial, Vigário da Vila de Parnaguá, destemido, combativo, grande tecedor de intrigas.
Em face de uma representação criminal assacada por seus adversários, no início dos anos setenta, o ex-prefeito Juarez Tapety foi investigado pela Polícia Federal.
Alegava-se que o município teria recebido verba da União para a construção de uma escola numa determinada localidade rural, obra que nunca teria sido feita.
Acontece que o alcaide, diante do interesse público, discricionariamente, relocou o educandário para o povoado São Miguel, então pertencente a Oeiras.
Prestou depoimento subsidiado de provas fotográficas, documentos. Tudo ficou esclarecido.
No entanto, aqui correu a informação segundo a qual o Juarez teria sido preso, raparam sua cabeça. Ainda tem gente que pensa assim. Fazer o quê?
Na primeira década do Século em curso, apareceu um tal Dr. Basílio. Apresentou-se, muito pimposo, como Engenheiro Civil, proprietário de uma empresa que teria sido escolhida, em certame licitatório, para empreender a pavimentação asfáltica da estrada que liga Oeiras a Regeneração. A novidade foi, à larga, espalhada.
O Dr. Basílio contratou a maquinaria pesada com empresas especializadas neste ramo. Alugou diversos carros de apoio. Demarcou canteiro da obra. Montou sua equipe de auxiliares. Terceirizou o serviço de roço. Enfim, mexeu com muita gente.
Depois de uns 20 dias, tudo foi descoberto. O aludido “construtor” não passava de um impostor. Fino estelionatário. Antes de aplicar o golpe final foi preso. Mesmo assim, houve quem levasse prejuízo, além de servir chacota até hoje.
No atual contexto, foi disseminado, nas redes sociais, o informe sobre a Bolsa Picanha, nas pegadas ilusionistas do Presidente Lula, cuja repercussão cresce a cada dia na mídia nacional. Nota negativa foi emitida pelo município. Houve de fato a enxurrada de pessoas atrás deste suposto benefício, conforme propalado?
A partir daí, surgem especulações. Há quem diga que seja um deboche, sabotagem, pelo fato do nosso conterrâneo, Wellington Dias, Senador da República eleito, tornar-se Ministro da Desenvolvimento e Assistência Social e Combate à Fome.
Bem conheço o espírito jocoso, criativo, galhofeiro, da nossa gente. Terá sido apenas um mero meme?