Segundo a Estação Meteorológica do Instituto Federal do Piauí (IFPI) de Oeiras, a última quarta-feira, 22 foi o dia mais quente do mês de setembro, marcando 40,7° graus, a temperatura foi marcada entre 15h30 e 16h da tarde. A informação veio do responsável pela Estação Meteorológica do IFPI de Oeiras, professor Laerte Amorim.
Mesmo que a temperatura não pareça tão alta, Laerte faz a ressalva de que, “a sensação térmica pode ser bem maior a depender do local de onde se esteja. Para essa temperatura do ar, caso a pessoa esteja, por exemplo, em área sobre asfalto e ventando a sensação térmica pode chegar facilmente aos 42ºC. “
Laerte explica os possíveis motivos para Oeiras estar tão quente. Um deles é a posição geográfica do munícipio, próximo à linha do Equador e baixa altitude, além disso, a sede da cidade fica rodeado de morros que favorecem para o aquecimento da cidade. Também há outros fatores como desmatamento e a extinção de pequenas lagoas e áreas úmidas que contribuem para a formação de um microclima mais quente e seco e uma sensação térmica menos agradável.
Sobre a promessa de chuva, o professor acredita que por conta dos poucos dados histórico climático do munícipio, as primeiras chuvas ocorrem geralmente entre a segunda quinzena de outubro e a primeira de novembro.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e com a média histórica disponível no site climate-date.org, a média da temperatura dos meses mais quentes são: 27,5°; 28,4°; 30,1° e 31ºC para julho, agosto, setembro e outubro, respectivamente. “Ressalto que esse mês de setembro de 2021 até o momento (23/09) está 2º graus mais quente que a média histórica.”
Trabalho da Estação Meteorológica do IFPI
A estação meteorológica do IFPI Oeiras disponibiliza a cada 30 minutos os dados das principais variáveis climáticas: temperatura e umidade relativa do ar, precipitação pluvial, pressão barométrica, radiação solar, direção e velocidade do vento, evapotranspiração e sensação térmica.
A estação é um projeto piloto, chamado de “Cruviana” desenvolvido pelo eixo de agrárias e de Informática do campus do IFPI de Oeiras. O projeto visa ser replicado em todos os campi agrícolas do IFPI.
“É importante destacar que além da estação do IFPI, há mais duas, uma do INMET (Assentamento Caldeirões) e outra da ANA (as margens da ponte do rio Canindé), esta inclui os dados fluviais do Rio Canindé, como a profundidade do leito do rio nas proximidades da ponte (saída para Picos)”, acrescentou, Laerte Amorim.
Atenção às queimadas
Além dos malefícios ambientais, as queimadas provocam o aumento da temperatura ao redor do foco incêndio que é agravado quando há forte corrente de vento que leva além de calor e fumaça.
Laerte alerta que quando há vários focos de queimada em um pequeno espaço entre os focos, é formado um microclima quente e tóxico. “Infelizmente esse costume é cultural com fins de “limpeza da área” e muito praticado em Oeiras e região, mas não em toda região semiárida do Brasil.”
Por Sheron Weide