Duas pessoas presas em Oeiras na Operação Forjas da Polícia Federal ganharam liberdade no último sábado (05). Higor Hass e Fátima Barreto saíram do sistema prisional após cumprirem prisão temporária de dez dias.
Além de Higor Hass e Fátima Barreto, a Polícia Federal prendeu em Oeiras mais três pessoas e fez a condução coercitiva de outras três ligadas ao esquema fraudulento. Eles são suspeitos de participar de uma organização criminosa que praticava crimes ambientais e fraudes contra órgãos de fiscalização ambiental.
As prisões aconteceram no final de agosto. Presos preventivamente, Manoel Ivan Monteiro, o Ivan Gaúcho, e outro homem identificado apenas como Gessan estão com os pedidos de revogação de prisão sendo analisados pela Justiça Federal. Nossa reportagem não obteve informações sobre Ivan Avelino (Papinha), também preso preventivamente pela PF.
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O advogado Kairo Fernando garante que Fátima Barreto é inocente. “O processo ainda está em fase de inquérito. Vamos aguardar a denúncia do Ministério Público para saber se ela vai ser incluída no hall de acusados e a partir daí preparar a defesa”, diz.
Esquema emitia ilegalmente documentos de fazendas da região de Oeiras para outros estados
O esquema falsificava o Documento de Origem Florestal (DOF), que é gerado virtualmente no sistema do Ibama, para justificar desmatamentos em outros estados. A fraude abastecia, principalmente, empresas siderúrgicas com carvão vegetal, produzido clandestinamente em áreas mais próximas dos mercados consumidores.
A investigação da PF, que acontece desde 2010, foi feita com base em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça e através da análise de imagens de satélite. O licenciamento ambiental negociado na fraude foi obtido para áreas de fazendas situadas em municípios da região de Oeiras (Colônia do Piauí, Santo Inácio e São Francisco do PI).
Os principais crimes identificados na operação foram prática de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, prática de advocacia administrativa, participação em organização criminosa e associação criminosa, dissimulação de origem do produto florestal, além da comercialização e transporte clandestino de produtos ambientais.
Ao todo, foram expedidos 26 mandatos de busca e apreensão, sendo 15 deles cumpridos no Piauí nas cidades de Teresina, Oeiras, Floriano, Picos e São Raimundo Nonato. Os estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, também foram alvos da operação.
A investigação aponta danos ambientais calculados em aproximadamente R$ 53 milhões levando-se em consideração o custo estimado para recuperação das áreas degradadas.
Da redação
