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Egito vai às urnas em histórica eleição presidencial

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Foto: AP

Os egípcios vão às urnas nesta quarta-feira na primeira eleição presidencial livre do país, 15 meses após a queda do ex-presidente Hosni Mubarak, forçado a renunciar após uma revolta popular.

A votação dura dois dias e, caso nenhum candidato consiga a maioria dos votos, haverá segundo turno, em junho. A junta militar que assumiu o poder presidencial em fevereiro de 2011 prometeu uma votação justa e um regime civil.

A votação começou pontualmente às 8h (horário local), com filas crescentes em muitos dos locais de votação no Cairo e sem registro de incidentes. Cinquenta milhões de egípcios têm direito a voto. “É um grande dia”, disse uma mulher à BBC. “É um grande momento para os egípcios mudarem (o país).”

Outra mulher, ao ser questionada sobre por quanto tempo estava esperando para votar, respondeu, com uma risada: “30 anos”, numa referência ao período que Mubarak ficou no poder.

Os principais candidatos são Ahmed Shafiq, antigo comandante da força aérea e primeiro-ministro durante os protestos de fevereiro de 2011; Amr Moussa, que foi ministro das Relações Exteriores e chefe da Liga Árabe; Mohammed Mursi, que lidera a Irmandade Muçulmana e o Partido da Justiça e Liberdade; e Abdul Moneim Aboul Fotouh, candidato independente islâmico.

Até que uma nova Constituição seja aprovada, não está claro que poderes o presidente terá, o que provoca temores de atrito com os militares.

O Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF), preocupado com a agitação pós-eleitoral, tem procurado tranquilizar os egípcios afirmando que a democracia veio para ficar.

O primeiro-ministro, Kamal al-Ganzuri, disse na terça-feira esperar que as eleições corram tranquilamente.

Ele pediu que “os candidatos, as forças políticas, e os partidos estimulem seus apoiadores a respeitar a vontade dos outros e aceitar os resultados da eleição”. 

Mohamed Mursi era originalmente o candidato reserva da Irmandade Muçulmana, mas acabou virando o titular após a primeira opção, Khairat al-Shater, ser desclassificado pela Comissão Presidencial Superior Eleitoral (HPEC) por ser réu de um processo ainda em curso.

A Irmandade Muçulmana, no entanto, comparou Mursi, engenheiro educado nos EUA e parlamentar, a um jogador de futebol reserva subestimado. “Em qualquer jogo há um reserva que entra faltando dez minutos para o fim da partida, faz o gol e garante a vitória. Mursi é este jogador”, disse o clérigo Mohamed Abdel Maqsoud a uma multidão de apoiadores da Irmandade no domingo.

Pelo menos um terço dos eleitores estava indecisos sobre os candidatos. “Não consigo decidir. Quero alguém que possa trazer estabilidade e prosperidade”, disse à agência de notícias Reuters Hussam Sobeih, 45 anos. “Apoiei a revolução até Mubarak ser derrubado, mas depois a situação piorou e eu quero minha vida de volta.”

Mubarak renunciou em 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos no Cairo e outras cidades. Ele está sendo julgado por seu suposto papel nas mortes de manifestantes, em um processo que deve ser concluído dia 2 de junho.

Os 15 meses seguidos à deposição de Mubarak foram turbulentos, com constantes protestos violentos e conflitos entre muçulmanos e a minoria cristã, que corresponde a 10% da população. Os cristãos temem que ascensão de conservadores islamistas aumente tensões religiosas.

A economia em deterioração também é um desafio para o novo presidente. O investimento direto estrangeiro caiu de US$ 6,4 bilhões positivos em 2010 para US$ 500 milhões negativos no ano passado. O turismo, importante gerador de receita para o país, também caiu em um terço.

Informações : Ultimo Segundo/ BBC

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