Nos últimos dias, Oeiras tem passado por um surto de dengue e Chikungunya com casos notificados em todos os bairros da cidade, mas a Chikungunya em particular tem causado mais desconforto nos oeirenses devido às fortes dores articulares causadas pela doença.
Conversamos com a fisioterapeuta Bruna Araújo sobre as causas destas dores nas articulações e como a fisioterapia pode ser uma alternativa de tratamento.
Ela explica que um estudo realizado no final do ano passado, sugeriu que o acúmulo elevado da citocina Quimiocina CXCL8 em pacientes com diagnóstico de chicungunha na fase aguda, pode induzir o aumento da inflamação nas articulações e que isso explica as fortes dores prolongadas.
Importância das articulações para o corpo
As articulações tem função de unir os ossos e permitir amplitude de movimento do esqueleto. É possível manter a postura ereta ou caminhar, por exemplo, por causa das articulações. Além disso, previne os desgastas dos ossos e diminuição do impacto durante sobrecarga ou alguma atividade de carga.
“Para se analisar a qualidade de vida é necessário um olhar amplo sobre o paciente, ou seja, levar em consideração seus aspectos físicos, sociais, como também o econômico, pois tais fatores tem um impacto direto sobre como o indivíduo visualiza sua saúde. A chicungunha e seus sintomas afetam em todos esses aspectos. Por conta da dor intensa, febre e inflamações, muitos pacientes acabam por serem afastados do trabalho, ocorre uma diminuição das interações sociais e também de lazer, consequentemente influenciando negativamente no bem-estar e qualidade de vida desses pacientes”, afirma Bruna.
Como a fisioterapia pode ajudar?
As dores articulares causadas pela Chikungunya se apresentam na fase aguda e subaguda da doença, mas elas podem permanecer por meses, anos e até ficar sequelas gerando um quadro crônico e neste caso a fisioterapia pode ser uma forte aliada.
“A fisioterapia auxilia na fase aguda, subaguda e crônica. Assim como em outras doenças relacionadas a artralgia (dor nas juntas), é necessário realizar exercícios aeróbicos e exercícios de fortalecimento muscular pra diminuir a dor e aumentar o condicionamento físico, dando melhor flexibilidade e melhor qualidade de vida. Na fase aguda, com presença de dor e inchaço é feito a analgesia e relaxamento para alívio das dores, podendo ser usado como recursos fisioterapêuticos: o TENS, laserterapia, ultrassom terapêutico, drenagens e liberações miofasciais”, explica a fisioterapeuta.
No início da doença é indicado que o paciente faça repouso, hidratação e diminua as atividades que exigem muito esforço das articulações; fazer uso de compressas frias onde apresenta mais dor e alongamentos podem ajudar no alívio das dores e evitar maiores sequelas.
A fisioterapia também pode ajudar desde o início dos sintomas. O tratamento precoce pode prevenir sequelas futuras e possíveis sequelas duradouras, como inflamação persistente nas articulações, principalmente nas mãos e pés; provocar a limitação de movimento e dores crônicas.
“Em relação às sequelas, a fisioterapia vai traçar os objetivos e condutas de acordo com a queixa do paciente. De modo geral, de início o foco é diminuir e depois condiciona-lo para voltar à sua rotina”.
Realizar repouso, hidratação oral, compressas frias após a doença, alongamentos, e fazer exercícios físicos de forma cotidiana ajuda na recuperação. Também deve-se evitar no início atividades que sobrecarreguem as articulações e não fazer uso de medicamentos sem a prescrição médica.
Por Sheron Weide