Recomeçar. Para o viajado atacante Moacir Bastos, o Tuta, um verbo conjugado todos os dias. E, nesta quarta-feira, o atacante tentará começar de novo. A nova chance será na Copa do Brasil. Aos 39 anos, o jogador fará a sua quinta participação na competição nacional. Depois de disputar o torneio com as camisas do Flamengo (em 2000), Fluminense (2005 e 2006) e São Caetano (2008), o atacante espera ressurgir, mas agora longe dos holofotes dos grandes clubes. Tuta é a esperança, o destaque e a estrela do Flamengo-PI, que enfrenta o Atlético-GO na primeira fase do campeonato. Com o time piauiense, o artilheiro espera usar a experiência para – quem sabe – conquistar pela primeira vez o título da Copa do Brasil.

Em todos os jogos disputados na competição, Tuta marcou 15 gols. Sete deles foram durante a campanha do Fluminense, em 2005, quando o time perdeu a final para o Paulista dentro de São Januário, quando ficou com o vice-campeonato. O resultado ainda mexe com o imaginário do atacante e traz algumas insatisfações, por exemplo, as escolhas do então treinador Abel Braga para as partidas decisivas.

– Chegamos à final contra o Paulista de Jundiaí. Não que os meninos não tivessem qualidade, mas era um jogo decisivo na casa do adversário. Abel (Braga, à época técnico do Fluminense) colocou Fernando e Radamés no meio. Não sei se os meninos sentiram a pressão, mas tomamos dois gols no primeiro tempo. Talvez se o Abel tivesse focado mais na experiência fosse diferente – supõe, ainda ressentido, Tuta.

Os ensinamentos da partida de 2005 pelo tricolor carioca serão utilizados nove anos depois, agora com o Flamengo-PI. Nos últimos treinos antes do duelo com o Atlético-GO, Tuta virou professor e fez questão de repassar a experiência de quem passou por mais de 20 times do Brasil, além de clubes na Coréia do Sul e na Itália, aos companheiros do Piauí. Para o jogador, o fator desequilíbrio contra o Fluminense na Copa do Brasil de 2005, clube de maior expressão nacional, pesou: o Paulista venceu o primeiro jogo em casa e se fechou no segundo confronto. Por isso, Tuta reforça que é preciso fazer valer o mando de campo no primeiro jogo.

– Em 2005, tivemos oportunidade de marcar, mas o Paulista se fechou atrás com o resultado e se tivesse mais 90 minutos a gente não ia fazer gol. Foi praticamente ataque contra defesa, mas não era o nosso dia. Em 2014, pelo Flamengo-PI, temos que vencer em casa para não passar por uma nova decepção – relembrou Tuta.

Decepções que o jogador pretende superar neste ano. Na Copa do Brasil, antes de chegar à final com o Fluminense, foram quatro eliminações que deixaram o atacante com gostos amargos. Pelo Flamengo e São Caetano, Tuta caiu nas quartas de final. Já novamente com a equipe tricolor no ano de 2006, um revés para o Vasco nas semifinais e nova frustração. Confiante no Flamengo-PI, o atacante destaca que o pensamento do rubro-negro piauiense deve ser de tentar surpreender os adversários na primeiro partida e, claro, ir com um bom resultado para o jogo da volta.

– A Copa do Brasil acaba trazendo visibilidade aos clubes pequenos, que hoje não disputam o Campeonato Brasileiro. É pra esses pequenos surpreenderem. Esse é o nosso objetivo aqui, tentar surpreender o Atlético-GO dentro de casa, aqui no Piauí – ressaltou o atacante.

Com um Tuta “mordido”, o Flamengo-PI enfrenta o Atlético-GO nesta quarta-feira, às 20h30, no Estádio Tibério Nunes, em Floriano. Para não acabar com o sonho cedo, a Raposa piauiense tenta não perder por mais de um gol de diferença, o que garante o duelo da volta, no Serra Dourada.

Pelo Flamengo-PI, Tuta disputa também o campeonato estadual (Foto: Emanuele Madeira/GloboEsporte.com)